[Sessão Pipoca] Arquivo X - Temporada 11

E finalmente consegui! (we are the champions 😎🎉) Quando comecei a escrever sobre essa série que me acompanha desde o início da adolescência, não tive dúvidas que conseguiria terminar a postagem, o que eu não sabia era quanto tempo demoraria a fazer isso. A primeira postagem foi em 22 de novembro de 2018 e relendo o que escrevi, percebo que estava bem diferente de agora. Minha saúde mental estava bem precária e pelo que eu me lembro, não tinha ideia de como resolver. Só sabia que precisava fazer alguma coisa para trazer meu ânimo de volta. Foi nesse cenário que surgiu a ideia de rever Arquivo X e escrever sobre uma das séries que marcou minha vida.

Aos poucos, voltar àquele lugar confortável e manter a mente ocupada com uma tarefa que consistia em assistir os episódios e anotar o que eu queria escrever nas resenhas, foi me mantendo motivada a continuar. É por isso que levo tão a sério o conselho que aprendi com terapeutas sobre “ser gentil comigo mesma” e “dar atenção às minhas emoções”. Eu amo ser útil e ajudar as pessoas, mas nunca devo esquecer que eu também sou uma pessoa que merece toda a minha ajuda e atenção.

Há um intervalo grande entre as postagens da 6ª e 7ª temporadas e não me surpreendeu descobrir que isso aconteceu em 2020 quando minha produtividade caiu bastante. Não fosse o reforço que recebi de outra série que também marcou minha vida, Sherlock, não sei se teria voltado a escrever e publicar. Tenho vontade de fazer com a série da BBC o mesmo que fiz com Arquivo X, mas eu amo igualmente as 4 temporadas e ainda não estou pronta para lidar com comentários ofensivos de pessoas com opinião diferente. Não vejo problema em gostar ou não de uma série, filme ou livro, mas ofender as pessoas por conta disso eu acho bem desagradável.

Agora, confesso que tenho muita alegria e satisfação em terminar essa série de postagens apresentando para vocês à última (será mesmo?) temporada de Arquivo X. Apesar de não ter uma duração regular com mais de 20 episódios, a 11ª é um pouquinho maior do que sua anterior contando com 10 episódios e por isso não vou falar de cada um, apresentarei apenas os fatos que chamaram mais minha atenção e fazer um apanhado geral do que aconteceu.

O primeiro episódio retoma o último da temporada anterior e explica, ou pelo menos tenta explicar o que está acontecendo. A trama se complica ainda mais e a caçada pelo filho de Scully é só o começo. O garoto, agora um jovem adulto, finalmente aparece na série e conforme esperado, ele não é um humano comum. Gerado com tecnologia alienígena, William é um experimento que parece ter dado muito certo e desperta o interesse de pessoas poderosas. A caçada segue até o final da temporada, mas tem muito mais para acontecer em Arquivo X.

Gosto da mente do Chris Carter e das outras pessoas que escrevem para a série porque parecem ter uma imaginação muito fértil para criar histórias a partir de pensamentos que muitos de nós temos. Desde o desejo de viver para sempre, mesmo depois de ter morrido ou viver sem envelhecer, os criadores tem um jeitinho todo especial de deixar a gente com medo de desejar essas coisas. Os episódios This (Isso) e Nothing Lasts Forever (Nada dura para sempre) abordam essas duas ideias.

No primeiro, Mulder e Scully são contatados pela consciência virtual de Richard Langly através de uma vídeo chamada, que faz parte de uma simulação projetada para ganhar vida quando os participantes morrem. O que à primeira vista parecia ser o paraíso para as pessoas que aceitaram participar do projeto, acaba se mostrando uma verdadeira prisão onde mentes brilhantes se tornam escravas digitais. Já no segundo o casal líder de uma seita tenta, através do consumo de órgãos das vítimas e da união cirúrgica a elas, reverter o processo de envelhecimento.

Mas medo mesmo eu senti assistindo Rm9sbG93ZXJz (segundo a Wikipédia isso é um código de Base64 que significa: Followers) e posso dizer que esse título só deixa tudo ainda mais estranho. Mulder e Scully estão jantando em um restaurante em um mundo muito informatizado. O nosso. O problema começa quando um pedido de Mulder vem errado e ele tenta reclamar, mas não há nenhum ser humano por perto. Ele resolve pagar e ir embora, mas o atendente virtual quer que ele avalie o serviço e com raiva, Mulder se recusa. Como resultado, seu cartão de crédito fica preso na máquina.

Ele decide ir embora assim mesmo e ligar para a operadora avisando do ocorrido e é acompanhado por Scully que pede um carro de aplicativo, também sem motorista. Na maior parte do episódio eles são os únicos humanos que vemos. Ambos têm um problema após o outro na viagem e depois em casa onde a de Scully, muito moderna e controlada por aplicativo, parece ter se voltado contra ela enquanto Mulder, que manteve um estilo mais offline dentro de casa é perseguido por drones no quintal. Tudo isso para falar sobre dois pontos importantes: aonde vamos parar com esse excesso e automatização e o que estamos ensinando às máquinas. Esse tópico inclusive é apresentado nos primeiros minutos do episódio e segue presente até o fim na forma como Mulder consegue resolver o conflito.

Você acredita no que quer? Ou você acredita
no que é verdade?

Como não poderia faltar em uma temporada de Arquivo X, temos episódios com personagens com poderes telepáticos sobrenaturais, teorias da conspiração sobre experimentos feitos com humanos e forças obscuras agindo em uma cidade pequena (não tudo no mesmo episódio). E há também uma das minhas categorias favoritas, os cômicos. Há certo humor mórbido em vários episódios, esse com do mundo automatizado, por exemplo, eu ri de nervoso.

Entretanto, em The Lost Art of Forehead Sweat (A arte perdida do suor na testa), um homem misterioso e com medo de ser apanhado se encontra com Mulder e Scully para discutir o Efeito Mandela, a realidade percebida por eles e as origens dos Arquivos X. Eu não só ri muito, como vários dos meus neurônios deram um nó durante o episódio enquanto eu acompanhava o raciocínio e eu AMO essa combinação de emoções. Mas o episódio vai um pouco mais fundo e levanta questões importantes sobre a realidade para onde estamos caminhando a passos largos onde não se saberá mais a diferença entre o que é verdadeiro e falso.

Foi uma última temporada maravilhosa e digna da série que esse ano completa 30 anos desde que o primeiro episódio foi ao ar (10 de setembro de 1993). Como nem tudo é perfeito, senti falta de uma explicação científica para alguns dos eventos bizarros durante a 11ª temporada. Mesmo que fosse algo que não fizesse sentido na vida real, gosto dessa brincadeira com conceitos físicos, químicos e biológicos que a ficção científica se permite. Mas isso não diminui a qualidade da série nem me faz deixar de querer indicar para que todos assistam. Recomendarei sempre.

Isso, na série, é um personagem infantil amado
pelas crianças e os pais acham super tranquilo.
Mais uma coisa estranha sem explicação.
E com uma música tema bem chiclete.

E aqui me despeço de Arquivo X, na verdade um até breve. Sempre tem espaço para assistir tudo de novo, escrever mais um pouquinho em uma das colunas do blog ou quem sabe não somos presenteados com mais um filme ou uma nova temporada? (Eu não esperava pela 10ª e a 11ª).

Espero que vocês tenham gostado dessa longa aventura!

Data de exibição: 3 de janeiro de 2018 | 21 de março de 2018

Para quem perdeu alguma das postagens, vou deixar os links de cada uma:

1ª Temporada | 2ª Temporada | 3ª Temporada | 4ª Temporada | 5ª Temporada | 6ª Temporada |
7ª Temporada | 8ª Temporada | 9ª Temporada | 10ªTemporada | 11ª Temporada (acima)

E os filmes:

Resista ao Futuro (cronologia: pós 5ª temporada)
Eu quero acreditar (cronologia: pós 9ª temporada)