[Sessão Pipoca] Arquivo X - Temporada 10

Será que alguém acreditou quando eu disse que terminaria as resenhas de Arquivo X ano passado? 😅 Bom, só falta mais 1 temporada, acho que esse ano vai! Acesse aqui tudo o que já foi publicado sobre a série no blog.

Arquivo X é da época de séries com episódios com aproximadamente 45 minutos, e os seis dessa temporada seguem essa regra. São eles: My Struggle (Minha Luta), Founder's Mutation (A Mutação do Fundador), Mulder and Scully Meet the Were-Monster, Home Again (De Volta pra Casa), Babylon (Babilônia), My Struggle II (Minha Luta II).

O primeiro episódio, My Struggle, recapitula os 9 anos da série de uma forma bastante resumida, mas ambienta bem quem nunca assistiu e refresca a memória de quem já esqueceu, com a narração feita por Fox Mulder enquanto deposita algumas imagens sobre uma mesa. Ele conta os principais eventos da sua vida que o levaram a investigar os Arquivos X, a indicação de Dana Scully para inspecionar seu trabalho, o envolvimento dela com os casos e como tudo afetou a vida dos dois.

Nesse episódio tem um propagador de teorias conspiratórias que eu gostaria muito que tivesse continuado existindo só na ficção. Muito do que Tad O'Malley (Joel McHale) divulga fez ou faz parte das fakes que circulam atualmente e eu imagino se Chris Carter, criador da série, não realizou uma busca no Google exatamente a fim de abordar todas essas ideias. O que ele talvez não esperasse em 2016, já que para o andamento da trama as ideias parecem estar se tornando realidade, é que chegaríamos ao ponto em que estamos. Com tanta gente abraçando de maneira tão devotada a desinformação. O primeiro episódio termina em aberto com uma história que provavelmente será concluída ao final da temporada.

O segundo episódio, Founder's Mutation, tem maior carga sentimental com momentos em que Scully e Mulder se lembram do filho que tiveram, mas precisaram abrir mão da criação dele em prol da segurança da criança. Ambos os pais imaginam momentos fofos com o filho, William, ao mesmo tempo em que veem o menino sofrendo as consequências por conta das circunstâncias do seu nascimento. Essa reflexão acontece porque no episódio os agentes, agora de volta ao FBI e aos Arquivos X, investigam um suicídio que os leva até um médico que se esconde por trás de uma fachada de bem feitor para fazer experiências genéticas não autorizadas.

O terceiro episódio foi um daqueles que mistura humor com fatos bizarros. De longe minha categoria favorita em Arquivo X porque acabam rendendo muitas risadas mesmo com o clima mais sombrio característico da série. Mulder and Scully Meet the Were-Monster, tem também uma reflexão interessante: quem são os verdadeiros monstros? Não vou me aprofundar para não dar spoilers, mas gostei muito também de como foi abordado a forma humana de agir, quase automatizado apenas pela consciência do que somos. O tal do “roteiro de vida” que a gente se sente impelido a seguir.

O quarto episódio foi um MOTW, monster of the week (monstro da semana). Também gosto dessa categoria porque são histórias que começam e acabam ali mesmo. Entretanto, “Home Again” traz um assunto antigo da série. Onde está William, filho de Scully e Mulder. Ao acompanhar sua mãe muito doente no hospital perguntando especificamente por um dos filhos, Charlie, que há muito tempo perdeu contato com a família, Scully sofre por não saber nada sobre William. É um episódio também com uma grande carga dramática pelo sofrimento das duas mães.

O penúltimo episódio da temporada especial foi algo um pouco mais realista. Em Babylon, um grupo terrorista planeja uma série de atentados e quando um dos homem-bomba sobrevive, Scully e Mulder fazem de tudo para evitar os próximos atentados. Se juntam a eles dois outros agentes do FBI, Miller (Robbie Amell), e Einstein (Lauren Ambrose), um homem e uma mulher que espelham a versão jovem dos veteranos com o homem crédulo e a mulher cética, e ao contrário do que se espera (ou talvez tenha sido bem previsível) as duplas se formam com crédulo e cético e temos a oportunidade de ver Scully e Mulder trabalhando com parceiros diferentes. O elemento sobrenatural desse episódio fica com Mulder fazendo uma viagem psicodélica, o que sempre me rende boas risadas, e várias pessoas ao redor do mundo ouvindo o som de trombetas. Esse detalhe, entretanto, é pouco explorado aqui. Seria o anúncio do fim do mundo?

E chegamos a mais uma season finale…

Assim como o primeiro episódio da temporada, agora é Scully que narra alguns acontecimentos da sua vida e carreira enquanto exibe uma sequência de fotos.

Rever o sexto e último episódio, My Struggle II, me fez lembrar o motivo de eu não gostar muito dele. O final é aberto, o que por um lado é bom, pois podemos contar com uma nova temporada, mas na época foi ruim pela espera para saber com a situação crítica apresentada se resolveu. Outro detalhe que me deixa desconfortável é a parte da teoria da conspiração (algo recorrente na série) de uma organização contra a população mundial levando um grande número de pessoas a adoecerem e morrerem em uma pandemia (tema ainda sensível demais pra mim). Esse paralelo com nossa realidade me faz preferir não assistir esse episódio com frequência. Queria que tudo, tanto a pandemia quanto as ideias absurdas que algumas pessoas acreditam hoje, tivessem ficado apenas na ficção.

E assim termina a 10ª temporada de Arquivo X que também contou com a participação de Monica Reyes (Annabeth Gish), em uma atitude pra lá de suspeita, Walter Skinner (Mitch Pileggi), e o Cigarette Smoking Man (William B. Davis). Já estou me organizando para assistir a 11ª, pois como faço isso à noite às vezes o sono vence e o episódio precisa ficar para a noite seguinte. Espero ainda esse ano finalizar minha análise da série aqui no blog e torcer para quem sabe sermos agraciados com mais um filme.

Data de exibição: 24 de janeiro de 2016 | 22 de fevereiro de 2016