Faz tempo que eu não publico uma resenha aqui no blog, a última foi em outubro do ano passado (A Árvore da Mentira), e a de hoje quase não sai por conta do calor. Esse é um tipo de postagem que leva mais tempo para escrever e como conseguir criar um texto com essa sensação térmica de abraçar o sol? E ainda mais sabendo que a tendência para os próximos anos é ser mais quente? 😫 Não gosto nem de pensar muito sobre o assunto pra não ficar triste.
Desde que ouvi o Doc Brown citando Júlio Verne no filme De Volta para o Futuro 3, fiquei com vontade de conhecer o autor, mas tinha o receio da escrita ser muito complexa, afinal era o escritor favorito do Doc e também de sua paixão, a professora Clara. Para minha agradável surpresa, me deparei com um livro fácil de ler e uma história interessante onde não há limite para a imaginação.
Sinopse: O professor Lidenbrock consegue decifrar um enigma do pergaminho de um cientista do século XII e se junta a seu sobrinho, o jovem Axel, para checar a possibilidade de chegar ao centro da Terra seguindo o relato decifrado. (Fonte: Skoob)
A história começa com o professor Lidenbrock descobrindo o manuscrito do século XII, como diz a sinopse, mas quem consegue desvendar o código é seu sobrinho e assistente, Axel. O professor fica obcecado com a perspectiva, certo de que chegará ao centro da Terra seguindo o que diz o manuscrito, enquanto seu sobrinho não está muito empolgado com a ideia de se afastar da mulher amada e arriscar a vida na exploração só pelo reconhecimento dentro da comunidade científica.
No
entanto, Lidenbrock consegue arrastar convencer Axel
a acompanhá-lo e os dois partem para a Islândia onde contratam
Hans, morador da região e faz tudo, que será o guia dos
pesquisadores em sua jornada. Axel narra a história em forma de
diário de viagem e a escrita do autor me surpreendeu pela forma como
é imersiva. Desde as paisagens, consegui enxergar bem o que estava
sendo descrito, até situações perigosas que conseguiram transmitir
a tensão e o risco que corriam os personagens.
Foram poucos os trechos com mais detalhes sobre paleontologia que acabaram sendo complexos para mim. A última vez que realmente me empolguei pelo assunto foi no lançamento do primeiro filme da coleção Parque dos Dinossauros, mas esse detalhe não atrapalhou a compreensão da história, mesmo que paleontologia não seja a minha praia.
Esse livro me lembrou muito O Mundo Perdido escrito por Arthur Conan Doyle e publicado em 1912 (ler resenha). Ambos retratam aventureiros indo atrás de lugares exóticos inexplorados, tem um professor que busca reconhecimento no meio acadêmico e um assistente apaixonado que deixou a amada em casa para acompanhar e narrar a aventura. Viagem ao centro da Terra foi publicado 48 anos antes em 1864, e eu não consegui deixar de pensar se Doyle leu e se inspirou em Verne para escrever o livro dele. Não encontrei informações a respeito (confesso que não procurei muito 😐).
Recomendo esse livro para quem está procurando uma aventura interessante, ágil de leitura fluida. Apesar do conteúdo científico, não há dificuldade em entender a história mesmo sem conhecimento prévio em paleontologia, mas admito que certa intimidade com ciências em geral deixa as coisas ainda mais interessantes. Ao terminar a leitura, fiquei rindo feito boba porque descobri o que aconteceu com a bússola que eles usaram na expedição muito antes do professor. Algo que deixou Lidenbrock perturbado por não compreender. (Mas era óbvio, não? 🤔)
“A palavra ‘caverna’ evidentemente não é capaz de expressar meu pensamento para ilustrar aquele ambiente. Mas as palavras da língua humana não são suficientes para quem se aventura nos abismos do globo.” Pág.195
Título
Original: Voyage au centre de la Terre
Autor:
Júlio Verne
Tradução:
Juliana Ramos Gonçalves
Páginas:
304
Editora:
Principis
Ano:
2019
Link
do livro no Skoob: Viagem ao centro da Terra
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