Não é novidade para quem acompanha o blog que eu gosto de intercalar um romance fofo entre os mistérios policiais que costumo ler. Nem sempre é fácil encontrar histórias com as características que eu gosto com adultos, pois a maioria é protagonizada por jovens com comportamentos por muitas vezes irritantes, típicos da idade, enquanto adultos vivem tramas mais tristes e dramáticas. Considero esse livro um achado, pois finalmente encontrei adultos, cheios de dúvidas e alguns dramas, mas com maturidade para encarar seus problemas e energia suficiente para aproveitar a vida.
“Sempre me ancorei às pessoas que amo, tentando orientar minha órbita ao redor delas. Me dou conta de que talvez tenha tentado a vida toda me tornar ‘inabandonável’. Mas não funcionou.” Pág.227
Sinopse: Daphne sempre adorou a maneira como seu noivo, Peter, contava a história deles. Como eles se conheceram (em um dia de ventania), se apaixonaram (por causa de um chapéu errante) e voltaram para a cidade natal dele à beira do lago para começar a vida juntos. Ele era muito bom em contar tudo isso… até o momento em que percebeu que estava apaixonado por sua melhor amiga de infância, Petra. É assim que Daphne começa sua nova história: presa na bela cidadezinha de Waning Bay, no Michigan, sem amigos nem família, mas com o emprego dos sonhos como bibliotecária infantil (que mal paga as contas) e morando no apartamento da única pessoa que consegue entender sua situação, o ex de Petra, Miles Nowak. Daphne e Miles conseguem evitar um ao outro na maior parte do tempo, até que um dia, enquanto afogam as mágoas, fazem uma tênue amizade e um plano. Mas é tudo fingimento, claro, porque não tem como Daphne começar o novo capítulo da sua vida se apaixonando pelo ex da atual noiva do seu ex-noivo... certo? (Leia a sinopse completa: Skoob)
A história já começa com Daphne procurando um emprego, bem longe da cidadezinha onde planejava morar com seu ex futuro noivo, Peter, que subitamente percebeu estar apaixonado por sua melhor amiga de infância, Petra. A família de ambos sempre foi muito próxima, por isso a impressão que temos é de que ninguém achou radical o homem simplesmente desistir do casamento na noite da despedida de solteiro. Estava realmente tudo quase pronto quando ele, sem muito tato com a atual, avisou sobre sua descoberta.
“Porque, se a pessoa vê a gente de verdade e não somos o que ela esperava, ela cai fora. E, se ela nunca vê a gente de verdade… é pior. Porque aí estamos completamente sozinhos.” Pag.349
Sem ter onde morar, ou amigos a quem recorrer, pois havia abandonado sua vida para seguir o noivo para a cidade escolhida por ele, Daphne acaba sendo socorrida por Miles, ex-namorado de Petra que também chora as mágoas do fim do relacionamento. A princípio eles nem se falam, mas a convivência vai criando laços de amizade entre os dois. Com traumas de infância não digeridos, ambos percebem o quanto de suas carências são projetadas em seus comportamentos nos dias atuais.
Eu geralmente me identifico com personagens que lembram de eventos dolorosos ocorridos em suas infâncias/adolescências para tentar reconhecer e, em alguns casos, mudar padrões de comportamento na vida adulta. Com Daphne e Miles não foi diferente. Como com qualquer pessoa, a decisão de ignorar e deixar as situações vividas no passado, só contribuiu para momentos dolorosos no presente. Acredito que amadurecer envolve a consciência de que alguns eventos que hoje parecem coisas simples podem ter sido traumáticos para uma criança e isso precisa ser levado em conta quando entramos na jornada do autoconhecimento.
“Ninguém consegue reprimir emoções negativas como o Miles. Ele tem prática nisso.” Pág.189
A leitura fluiu muito bem e consegui ler do jeito que gosto parando sempre ao final de um capítulo. Sinto aflição se precisar parar no meio. 😅 O livro é narrado por Daphne, portanto em primeira pessoa, e eu consegui confiar nela graças às suas interações com os outros personagens. Ela estava sofrendo, algo evidente em suas atitudes, mas tinha razão para isso. O desenvolvimento dos personagens principais foi algo que me agradou muito na história. Todos tiveram momentos para errar, refletir a respeito, se arrepender e correr atrás do prejuízo para consertar de alguma forma. São adultos com preocupações normais, mas que ainda conseguem ver cor na vida.
Recomendo esse livro para quem gosta de romance, não se incomoda com cenas hot (são apenas duas mais explícitas), se interessa por relacionamentos, amorosos ou não, e curte reflexões sobre a vida e as decisões que tomamos. Confesso que foram várias paradas para chorar durante a leitura pensando nas minhas próprias. Há também o amor da protagonista por livros e um personagem de nome Mulder, porque sua mãe é fã de Arquivo X! O grupo de amigos que eu gostaria de ter. 🩷
“Sim, o filho dela foi batizado em homenagem ao personagem de David Duchovny na série Arquivo X.” Pág.31
Vale a pena mencionar que o título é mencionado durante a história num contexto que me fez rir e concordar e o final é fechadinho. Queria que adaptassem esse livro para o cinema. Daria uma comédia romântica muito boa de assistir.
Título Original: Funny Story
Autora: Emily Henry
Tradução: Ana Rodrigues
Páginas: 448
Editora: Verus
Ano: 2024
Link do livro no Skoob: Nem te conto
Já conheciam esse livro? E a autora? Já leram algo dela?
Olá.
ResponderExcluir"livro fofo" foi legal...rs
Não é muito o meu tipo de leitura mas sempre vale a dica.
Olá, tudo bem? Também adoro intercalar um romance ou uma leitura mais leve entre os livros mais pesados. Eu tenho dois livros da Emily Henry já baixados, esse e Loucos por Livros. Gostei da resenha, acho que lerei em breve! Beijos!
ResponderExcluirEu não conhecia a obra, mas fiquei encantada com a forma como você descreveu os personagens, amo quando o romance não ignora as complexidades da vida adulta, sabe? Fora esse toque de Arquivo X que deixou tudo ainda mais interessante!
ResponderExcluirKisses ~
Just Me
Ainda não li a Emily Henry mas estou curiosa por ver muitas pessoas falando bem dos livros dela. A sua resenha me lembrou um pouco o estilo dos livros da Olivia Uviplais, quando estiver querendo ler uma comédia romântica nacional eu indico demais!!
ResponderExcluirGarota do 330
Oi, Helaina! Como tens passado? Jamais tive a oportunidade de ler qualquer obra dessa autora. Esta, em particular, parece ser envolvente, sobretudo para aqueles que apreciam profundamente esse estilo de narrativa. Fico feliz que você tenha desfrutado da leitura deste livro. Abraço!
ResponderExcluirOi Helaina, tudo bem?
ResponderExcluirÀ primeira vista, achei meio estranho os ex's se juntarem, confesso haha!
Mas você comentou muitas coisas legais sobre o desenvolvimento dos personagens, então acho que daria uma chance se tivesse a oportunidade de ler. =)
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Parece ser um livro bem legal de ser lido.
ResponderExcluirBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia