Bem diferente do início de 2020, eu não faço mais parte do grupo das pessoas que nunca leram Sherlock Holmes. Agora faço parte do grupo que leu os quatro romances e os 56 contos. Sessenta mistérios e aventuras que pareceram passar em um instante e já me deixaram com saudade o suficiente para querer ler tudo de novo.
Esse livro faz parte da lista 40 antes dos 40.
Ainda me lembro da sensação boa que foi começar a ler as histórias narradas pelo doutor Watson, fiel amigo de Sherlock Holmes. Eu me apaixonei pelos dois personagens de formas diferentes, e acho que o laço que criei com eles nunca irá desaparecer (assim espero). A impressão inicial de estar tomando chá na Rua Baker enquanto ouvia John narrar as histórias se transformou, e agora esse apartamento se tornou meu lar. Uma espécie de refúgio para onde posso ir quando a vida ficar estranha demais, impossível demais ou assustadora demais.
“É uma coisa terrível, Sr. Holmes, presenciar um acontecimento espantoso, uma situação cruel, sendo preparada diante de seus olhos, compreender claramente aonde isto conduzirá, e mesmo assim ser incapaz de evitar o mal.” P.193
Nesse livro temos algumas demonstrações da habilidade de escrita de Arthur Conan Doyle. Além dos contos narrados pelo doutor Watson, temos também os narrados por Sherlock Holmes, como ‘A Aventura da Juba do Leão’ e mais uma novidade; narração em 3ª pessoa. Em ‘A Aventura da Pedra Mazarin’ temos esse exemplo.
Mais uma coincidência com minhas histórias, dessa vez não posso ser muito específica, pois é exatamente a forma como o assassino age e ainda não terminei de escrever. Pretendo deixar o quote quando publicar último capítulo no Wattpad para quem quiser ler e julgar por si próprio se é ou não mais uma coincidência entre as minhas ideias e as de Doyle. Obviamente, assim como nas outras, eu não havia lido o conto em questão antes então não foi planejado.
“Quando seguimos duas linhas distintas de pensamento, Watson, acabamos encontrando um ponto qualquer de ligação que leva à verdade.” P.137
Nessa primeira leitura não consegui ver o Sherlock arrogante como muitas pessoas comentam. Ele se estressa com gente mais lenta, que não presta atenção nas coisas, que não segue uma linha de raciocínio? Sim. Mas quem sou eu para julgar 😅. Eu adoraria formar uma dupla com ele só para ver quem irritaria mais o outro. Quando eu desvendo um caso antes dele (sim, isso aconteceu de novo nesse livro), só falta eu entrar no livro e esfregar os fatos na cara do detetive.
“Uma das fraquezas mais óbvias do meu amigo era sua impaciência com inteligências menos brilhantes do que a sua.” P.89
Sobre o doutor Watson, não anotei a placa do caminhão que me atropelou, mas meu coração foi junto com ele. Admito que minha paixão começou na série, com o John Watson do Martin Freeman, mas se estendeu para o personagem dos livros. A maneira como ele descreve os casos, os lugares e as pessoas é cativante. Deixam evidente a sensibilidade dele e isso me atrai muito. Não sei qual rumo mina vida irá tomar, mas acho que é um personagem que terá eternamente meu amor.
“Com suas vantagens naturais, Watson, toda mulher é sua auxiliar e sua cúmplice.” P. 411
Se o Sherlock tá dizendo, só posso concordar. 😌
Sei que algumas pessoas gostam de imaginar a dupla como um casal romântico, não critico quem faz, mas nem cheguei a pensar na possibilidade até saber disso pelos fãs. Não houve qualquer indício para mim além da amizade, que sim é uma manifestação belíssima de amor, entre os dois enquanto eu assistia à série da BBC ou lia as histórias. Acho que toda obra artística é aberta a uma interpretação pessoal e não há nada de errado nisso. Inclusive é o que torna a apreciação delas um prazer tão democrático.
“Valia um ferimento — valia muitos ferimentos — conhecer a dimensão da lealdade e do amor que estavam por trás daquela máscara fria. Os olhos claros e duros ficaram sombrios por um instante, e os lábios firmes tremiam. Durante um minuto, o único, vislumbrei um grande coração, bem como uma grande inteligência. Todos os meus anos de serviços sinceros culminaram naquele momento de revelação.” P.305
Não preciso nem dizer que sou fã de Sherlock Holmes daqui para sempre, né? E também de seu criador, Sir Arthur Conan Doyle. Procurei conhecer um pouco mais sobre a vida dele (li bem pouco até agora, não vou passar pano, mas compreendo suas algumas de suas atitudes) e estou procurando outras obras do escritor além do detetive londrino. Já adianto que li alguns contos e gostei bastante. Provavelmente em 2023 trarei alguns deles aqui no blog.
Eu indico as histórias de Sherlock Holmes para todos que gostam de mistérios e enigmas intrincados, com boas doses de humor e tensão. Valeu à pena cada página lida. São personagens que pretendo levar para a vida tanto relendo quanto escrevendo algumas aventuras para essa dupla, onde de alguma forma pretendo participar também. Se alguém quiser se aventurar comigo: Fanfics Sherlock
“Minha mente é como um depósito cheio, com pacotes de todo tipo armazenados em tal quantidade que só consigo ter uma vaga ideia do que está lá dentro.” P.367
Título: Obra
Completa de Sherlock Holmes - Volume 4
Autor: Sir Arthur
Conan Doyle
Tradução: Adailton
J. Chiaradia (Os últimos casos de Sherlock Holmes) e Myriam Ribeiro Güth
(Histórias de Sherlock Holmes).
Páginas: 424
Editora: HarperCollins Brasil
Ano: 2017
Link do livro no
Skoob: Sherlock Holmes - Volume 4
Obra Completa de Sherlock Holmes - Volume 1
Obra Completa de Sherlock Holmes - Volume 2
Obra Completa de Sherlock Holmes - Volume 3
Obra Completa de Sherlock Holmes - Volume 4 (postagem acima)