[Resenha] Verity

Sabe aquele livro que você termina de ler, mas mesmo depois de alguns dias se pega pensando na história. Verity é assim. Minha mente ainda viaja nos acontecimentos do livro sempre pensando, “mas será mesmo?”. Foi uma história que mexeu com meu emocional, me fez ficar horrorizada com o que eu estava lendo e por isso mesmo está na lista das minhas leituras favoritas desse ano. Vem comigo conhecer um pouquinho mais desse thriller angustiante.

[Sinopse] Verity Crawford é a autora best-seller por trás de uma série de sucesso. Ela está no auge de sua carreira, aclamada pela crítica e pelo público, no entanto, um súbito e terrível acidente acaba interrompendo suas atividades, deixando-a sem condições de concluir a história... E é nessa complexa circunstância que surge Lowen Ashleigh, uma escritora à beira da falência convidada a escrever, sob um pseudônimo, os três livros restantes da já consolidada série. Para que consiga entender melhor o processo criativo de Verity com relação aos livros publicados e, ainda, tentar descobrir seus possíveis planos para os próximos, Lowen decide passar alguns dias na casa dos Crawford, imersa no caótico escritório de Verity – e, lá, encontra uma espécie de autobiografia onde a escritora narra os fatos acontecidos desde o dia em que conhece Jeremy, seu marido, até os instantes imediatamente anteriores a seu acidente – incluindo sua perspectiva sobre as tragédias ocorridas às filhas do casal. Quanto mais o tempo passa, mais Lowen se percebe envolvida em uma confusa rede de mentiras e segredos, e, lentamente, adquire sua própria posição no jogo psicológico que rodeia aquela casa. Emocional e fisicamente atraída por Jeremy, ela precisa decidir: expor uma versão que nem ele conhece sobre a própria esposa ou manter o sigilo dos escritos de Verity? (Fonte: Skoob)

O livro já começa com uma cena chocante lançada de graça na sua cara! Sendo boa visual que sou, a autora conseguiu me fazer imaginar a cena com riqueza de detalhes, mas nem de longe me preparar para o que estava por vir. Sabe aquela sensação que alguma coisa vai dar muito errado? É uma constante na leitura.

Lowen Ashleigh é uma escritora à beira da falência (não vou negar, imaginei meu futuro) que recebe uma proposta que pode acabar com seus problemas financeiros. Verity está impossibilitada de escrever os livros que faltam para concluir sua série de sucesso e ela é convidada a terminá-la como coautora.

“Eu sorrio porque, pela primeira vez na minha carreira, alguém além do meu agente me deu aquele tipo de aprovação.” - Pág.195

Apesar de ter me identificado com o tema da história, sou uma escritora bem diferente de Lowen, pois eu acredito muito no que escrevo. Já ela duvida tanto de sua capacidade que chega a duvidar ser capaz de realizar o trabalho, mas acaba aceitando, e é aí que começa a história.

Sua primeira tarefa é ler tudo o que Verity escreveu a respeito dos livros ainda não publicados da série e para isso, Lowen precisa vasculhar o escritório e computadores da escritora atrás das informações necessárias. Para isso, ela se hospeda na casa onde a mulher, imóvel desde um acidente mora com seu marido Jeremy Crawford mora com Crew, filho de 5 anos do casal. A primeira impressão do ambiente é de uma família tentando seguir com a vida, ao mesmo tempo em que não consegue fazer isso. Lowen vai se afeiçoando a Jeremy e Crew e adiando cada vez mais sua partida.

“Não sei bem o que isso diz sobre mim. Ler isso é errado em diversos níveis, mas não é tão errado quanto realmente ter algo com ele, fisicamente.” Pág. 156

Enquanto trabalha, ela encontra um manuscrito no escritório e sua curiosidade, maior do que o aviso para não ler deixado por Verity; faz com que Lowen devore as páginas e se escandalize cada vez mais com seu conteúdo. É aqui que aparece o motivo desse livro ter tanto aviso de conteúdo sensível e classificação etária, ambos necessários e que não devem ser ignorados. Visceral e chocante, nós somos apresentados a uma Verity cruel e egoísta que ninguém imagina existir.

“Estou dividida entre querer saber o que mais sobre o que aconteceu com as meninas e fugir dali o mais rápido possível.” Pág. 84

Não vou dar mais detalhes, por motivos de spoiler, pois essas páginas “secretas” são exatamente o que deixa quem lê com a pulga atrás da orelha para saber se é apenas mais uma história ou a confissão de seus crimes. Afinal, uma escritora tem suas habilidades. Vi em alguns lugares que a autora escreveu um capítulo extra para a história, mas ainda não sei onde encontrar. Fiquei com muita vontade de ler, apesar do final de Verity ser satisfatório o suficiente para encerrar a história, mesmo que eu não consiga parar de pensar nela.

As pessoas que leram esse livro estão se dividindo em #teamcarta e #teammanuscrito. Eu me encaixo no primeiro grupo e conto com a autora para um dia revelar qual é a verdade. De qualquer forma, ambas são ideias estarrecedoras e difíceis de engolir. Entretanto, para mim, o tipo de crueldade do manuscrito é bem mais doloroso do que aceitar que uma pessoa inocente morreu. E é assim de saúde que você fica quando termina de ler esse livro. 😬

Verity é uma leitura pesada e chocante que mexe com suas emoções e que conseguiu fazer chorar algumas vezes. Eu não me arrependo de ter lido e recomendo o livro, mas já estejam avisados que não se trata de um romance ou um drama de superação convencional. A habilidade da autora de trazer a realidade (sim, infelizmente eu acredito que coisas descritas aqui possam acontecer), fantasiada de ficção é incrível. Tenho muita vontade de conhecer outros trabalhos dela, mas preciso me recuperar desse primeiro.

“Quando comecei a escrever, não tinha o objetivo de ficar famosa. Meu sonho era que algumas pessoas lessem meus livros, o suficiente para pagar minhas contas.” Pág. 47

Título Original: Verity
Autora: Colleen Hoover
Tradução: Thaís Britto
Páginas: 320
Editora: Galera Record
Ano: 2020
Link do livro no Skoob: Verity

E aí, já conheciam o livro? Alguém ficou com vontade de ler?
Recomendo uns lencinhos, uma garrafa d’água e talvez um remédio contra enjoo…