[Resenha] A Pequena Livraria dos Sonhos

Depois de terminar de ler Verity (ler resenha), eu queria um livro que fosse puro amor pra me curar do trauma que foi a outra história, por isso escolhi ‘A Pequena Livraria dos Sonhos: Onde os finais são sempre felizes’ que adquiri na Amazon quando foi disponibilizado gratuitamente sem refletir quando e se eu realmente iria ler. Mas eis que chegou o dia que eu precisava de algo bem leve e esse livro bem fora da minha zona de conforto me pareceu a opção perfeita.

[Sinopse] Nina Redmond é uma bibliotecária que passa os dias unindo alegremente livros e pessoas – ela sempre sabe as histórias ideais para cada leitor. Mas, quando a biblioteca pública em que trabalha fecha as portas, Nina não tem ideia do que fazer. Então, um anúncio de classificados chama sua atenção: uma van que ela pode transformar em uma livraria volante, para dirigir pela Escócia e, com o poder da literatura, transformar vidas em cada lugar por que passar. Usando toda a sua coragem e suas economias, Nina larga tudo e vai começar do zero em um vilarejo nas Terras Altas. Ali ela descobre um mundo de aventura, magia e romance, e o lugar aos poucos vai se tornando o seu lar. Um local onde, talvez, ela possa escrever seu próprio final feliz. (Fonte: Skoob) 

Antes de começar a história, a autora bate um papo com quem está prestes a ler o livro e eu achei bem interessante essa pequena introdução feita pela Jenny Colgan. Além de deixar a gente confortável faz com que a vontade de ouvir o que ela tem a dizer só aumente.

“Nina acreditava de coração que havia um livro perfeito para cada pessoa. Pena que isso não valia para as outras coisas da vida.”

Conhecemos a protagonista em um momento bem ruim da sua vida. Ela acabou de perder o emprego, pois a biblioteca onde ela trabalha será fechada (bate uma revolta quando isso acontece. Bibliotecas deveriam estar sendo abertas e não fechadas). Os funcionários tem a possibilidade de ser remanejados para um outro espaço, mas Nina não se dá bem no processo seletivo, ainda mais por já ter começado a questionar se é aquilo mesmo que quer fazer.

“Nina se sentia mais e mais aprisionada à própria condição, como se todo mundo menos ela estivesse fazendo coisas interessantes.”

“Você pode ter perdido o emprego e dado a volta por cima, mas isso não significa que outras pessoas tenham a mesma facilidade.”

De repente a ideia de comprar uma van e usá-la para vender livros parece atraente demais para resistir. Seu plano inicial era fazer isso na porta da casa que divide com a amiga Surinder, mas quando não tem autorização legal para isso, ela quase desiste da ideia. Entretanto, a vontade de mudar de vida a leva para a Escócia, onde vive o proprietário da van, e lá Nina prossegue com a ideia e fixa residência no local.

“Nina amava os dias úmidos e frios de inverno; gostava de sentar perto do aquecedor e ficar ouvindo a chuva lá fora fustigando o vidro da janela.”

A primeira parte da história é uma adaptação de Nina ao novo estilo de vida e aqui o livro cumpre o que promete. Não que tudo sempre dê certo para a protagonista, mas mesmo os dramas que ela vive não duram muito tempo, ou seja, os momentos de angustia são completamente suportáveis e condizem com a história. Exatamente o tipo de detox que eu estava precisando.

“Os últimos anos foram um tanto… difíceis. E parece que… Não sei se você me entende, mas parece que ficar para baixo… virou um hábito mais do que qualquer coisa.”

Já do meio em diante, temos Nina lidando com as situações que surgem no lugar que ela já chama de lar. Ela faz novos amigos, mantém contato com os antigos, se apaixona, se decepciona, enfim, vive de certa forma da maneira que ela sempre sonhou. Apesar da protagonista não parecer enxergar, a história dela acaba sendo muito semelhante ao que nós lemos nos livros.

“Acho que você conseguiu descobrir o que fazer na vida e o lugar onde fazer. E a maior parte das pessoas não dá essa sorte. Nem de longe.”

Eu me identifiquei bastante com a personagem no começo, mas quando as coisas começam a acontecer na vida dela, principalmente em relação à vida amorosa, perdi um pouco a identificação. Acho que é só em livro mesmo. O romance não é o foco principal do livro, mas como Nina se apaixona beijos e cenas hot estão presentes na história. Inclusive gostei da forma como a autora escreveu essas cenas ficando mais no sentimento dos personagens ao invés do ato em si.

“Aqui no campo, nem tudo é lindo e maravilhoso. As coisas belas também podem ser perigosas.”

A Pequena Livraria dos Sonhos é um livro sobre novos começos e correr riscos e ainda assim consegue ser uma leitura leve e inspiradora. Já estou com saudade dos cenários e do Salsinha, cachorrinho fofo do dono da fazenda onde ela aluga o celeiro para morar.

“Nina sempre fora uma pessoa quieta e isolada, observava o mundo através dos romances que adorava ler.”

Foi um bom livro para eu sair da zona de conforto (é bom de vez em quando) e me curar da leitura mais pesada com alguns momentos fofos sem muito drama. Se você está procurando esse tipo de história, recomendo.

Título Original: The Little Shop of Happy-Ever-After
Autora: Jenny Colgan
Tradução: Thaís Paiva
Páginas: 304
Editora: Arqueiro
Ano: 2019
Link do livro no Skoob: A Pequena Livraria dos Sonhos

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