Terror é um dos meus gêneros favoritos, porque sei que será repleto de fantasia. Sim, porque se acreditarmos que a história é realidade há sérios riscos de enfarte no meio da leitura. Quando o cenário de suspense é com crianças então, melhor ainda. A inocência delas faz com que entremos profundamente na história sem muitos momentos de reflexão sobre a vida ou sensualidade como geralmente acontece nas histórias com adultos.
[Sinopse] Quando Cora e sua irmãzinha, Mimi, são enviadas para a casa da tia-avó, no isolado vilarejo de Bryers Guerdon, não recebem calorosas boas-vindas e ficam desesperadas para voltar para Londres. A vida de tia Ida foi devastada da última vez que duas meninas estiveram em Guerdon Hall, e agora a chegada das sobrinhas-netas desperta um mal que permanecia à espreita havia anos.
Qual a melhor forma de manter uma criança longe do perigo? Proibindo-a de se aproximar daquilo que é arriscado, certo? Quem já viu isso dar certo em qualquer que seja a história? Os adultos poderiam parar com isso! Seja franco com a criança de forma simples para que ela entenda. Proibir não funciona. Só aguça a curiosidade.
“Titia me deu explicações claras de como chegar a Byers Guerdon e avisou que não fôssemos de jeito nenhum à igreja antiga.” Pg.43
O livro é narrado pelos amigos, Cora e Roger, e pela tia-avó das meninas, Ida Eastfield, e essas são as divisões na história. Não há capítulos para separar as partes, apenas a intercalação entre a narração de cada personagem e datas no decorrer dos acontecimentos.
Eu gostei muito do livro. O terror gira em torno de uma canção folclórica que em alguns momentos cheguei a pensar que já tinha ouvido falar, mas depois de procurar na internet, descobri que havia confundindo com outra história. A impressão que temos é que a história realmente aconteceu. Como eu disse no princípio, esse toque de realidade é que costuma deixar as coisas mais assustadoras, mas não tive pesadelos enquanto lia, havia apenas um interesse insaciável de descobrir como tudo terminaria.
“Mesmo vivo, sabemos que vivia à beira da sociedade, um pária, um bastardo, evitando a morada dos homens normais. Talvez o processo de ter se tornado essa coisa tenha começado antes mesmo de morrer.” Pg.371
Essa é uma história que eu com certeza gostaria de ver nas telas do cinema. Teria ficado com muito medo por conta das situações em que as crianças enfrentam. A tensão do livro seria multiplicada com a trilha sonora e o escuro do cinema.
Não sou boa para dizer se é assustador ou não porque sempre curti filmes de terror desde pequena sendo minha mãe uma grande fã do gênero e companheira nas sessões pipoca. A Maldição de Long Lankin não deixou a desejar e cumpriu a promessa. Eu recomendo para quem gosta de um bom suspense onde o real se mistura ao sobrenatural.
A Maldição de Long Lankin
Autora: Lindsey Barraclough
Tradução: Maria de Fátima Oliva do Coutto
Páginas: 448
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2013
E então, gostaram?
Já tinham ouvido falar desse livro?
Já leram ou vão ler?