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março 20, 2018

[Tag] Minha Faculdade

Procurando temas para postar, encontrei essa tag que consiste em responder algumas perguntinhas sobre o seu curso de graduação. No item 10 comentei sobre como foi o meu trote. Acho que é a primeira vez que comento sobre as lembranças horríveis que tenho desse dia aqui no blog. Me senti bem fazendo o desabafo. Fiquem à vontade para responder a tag no blog de vocês se quiserem!

1- Qual seu curso de graduação?
Ciências Biológicas na UFJF.

2- Quantos períodos ele tem? E em qual você está?
São 8 períodos, mas eu demorei um pouco mais para me formar. Comecei o curso no segundo semestre de 2003 e além de ter enfrentado uma greve, optei por fazer licenciatura e bacharelado. A primeira modalidade terminei no tempo normal, mas o bacharelado tem o TCC como pré-requisito e acabei demorando mais alguns períodos até finalmente apresentar meu trabalho e me formar em 2010.

3- Por que você escolheu esse curso?
Simplesmente porque era a matéria que eu tinha mais facilidade na escola.

4- Antes de escolher esse curso você pesquisou sobre o mercado de trabalho e o piso salarial?
Infelizmente não, e essa foi minha maior falha. Não estava encarando a faculdade como uma formação para o mercado de trabalho e sim uma extensão do colégio que eu fiz porque todo mundo da minha sala ia fazer também.

5- Como foi seu primeiro dia de aula? Tem dicas para os calouros?

fevereiro 18, 2015

[Resenha] A evolução de Calpúrnia Tate

Esse é um livro doce que eu tive muito prazer em ler. Calpúrnia é uma garota à frente de seu tempo que se vê presa em antigos costumes que mantém a mulher cuidando da casa e bem longe dos livros - a não ser que sejam livros de culinária ou costura.
Sinopse: Calpúrnia Virginia Tate tem 11 anos em 1899, quando pergunta o porquê de os gafanhotos amarelos em seu quintal serem tão maiores do que os verdes... Com uma pequena ajuda de seu notoriamente mal-humorado avô, um ávido naturalista, ela descobre que os gafanhotos verdes são mais fáceis de ser vistos contra a grama amarela e, por isso, são mortos antes que possam ficar maiores. Por gostar de explorar a natureza ao seu redor, Callie acaba criando um relacionamento próximo com seu avô enquanto enfrenta os desafios de viver com seis irmãos e se depara com as dificuldades de ser uma garota na virada do século.
Callie Vee, como gosta de ser chamada, sempre foi muito observadora e o forte calor do Texas na virada do século faz com que os insetos no quintal chamem ainda mais sua atenção. Depois de contar suas observações a seu irmão mais velho, Harry, ele a presenteia com um caderno para que ela faça anotações do que observa.
“- Olhe aqui - ele disse. - Nunca usei isso. Você pode usar para anotar suas observações científicas. Você é uma reconhecida naturalista em formação.” Pág.16
Mas nem tudo é tão simples para a pequena naturalista em uma época em que o livro de Charles Darwin, A Origem das Espécies é considerado algo absurdo e o acesso a ele é algo quase impossível, principalmente para uma menina. Que deveria estar se preocupando em aprender a ser uma boa dona de casa ao invés de estudar ciências.
“ - É lógico que eu não tenho. Não ia deixar uma coisa dessas na minha biblioteca!... /... - E, - ela acrescentou, - eu precisaria de uma carta da sua mãe que autorizasse a ler esse livro em particular.” Pg.23
“Estamos estudando Leitura, Ortografia, Aritmética, e Caligrafia. Ah, e Comportamento. Recebi um “aceitável” em Postura, mas um “insatisfatório” em Uso do lenço e do dedal. A mãe ficou um pouco triste com isso. .../... - Tivemos Botânica um dia. O que é Física?” Pg.39
No meio desse cenário, é o avô de Calpúrnia, Walter Tate, homem que passa a maior parte do tempo em seu laboratório, um barracão nos fundos da casa, quem mostra um universo totalmente novo para ela.

Esse livro fala muito da natureza e do comportamento dos animais, mas não chegou a ser maçante. Na verdade minha curiosidade só era mais saciada com cada detalhe exposto.

Outro aspecto legal do livro é que ele se passa no final de 1899 e as novidades da época para a família de Callie são várias. Só para citar temos o ventilador e a Coca Cola! Foi interessante ver a reação das pessoas a essas coisas que já fazem parte da nossa vida e nunca tivemos que imaginar como seria viver sem elas.
“No meio das lâminas, uma saliência redonda de latão anunciava em uma caligrafia cursiva: A melhor máquina de vento de Chicago.” Pg. 27
“Então chegou a nossa vez, e pagamos cinco centavos cada por uma Coca-Cola. Levamos com cuidado nossas bebidas efervescentes lá pra fora. Travis levantou a sua para beber e exclamou: - Ai! Faz cócegas! - eu levantei a minha e senti as bolhas dançando de encontro aos meus lábios.”
Eu adorei acompanhar a evolução da Calpúrnia. Narrado em primeira pessoa pela própria menina, pude sentir a revolta dela quando era tratada diferente dos seus irmãos homens e sua empolgação com o relacionamento com o avô ficando cada vez mais próximos à medida que um mundo novo e empolgante se abria diante de seus olhos.

Vi em alguns blogs parceiros da editora Única que há intenção por parte da mesma publicar o segundo livro da série “The Curious World of Calpurnia Tate” ainda no primeiro semestre de 2015. Mas para quem não gosta de séries não precisa se preocupar. Apesar do gostinho de “quero mais” é perfeitamente possível ler esse livro sem o compromisso de ler o próximo.

A Evolução de Calpúrnia Tate
Autora: Jacqueline Kelly
Tradução: Elisa Nazarian
Páginas: 384
Editora: Única
Ano: 2014
Link do livro no Skoob: A Evolução de Calpúrnia Tate

E então, gostaram? Já tinham ouvido falar desse livro?
Já leram ou vão ler?

novembro 21, 2014

[365 Momentos Diários] #8

Oi pessoal, 
Nem vou começar falando o quanto esta coluna está atrasada porque acho que vocês já perceberam. Tem até um banner novo feito só para ela que ainda não mostrei à vocês! É esse aí ao lado. O que acharam?

Eu amo tirar fotografias, mas o compromisso de uma por dia acabou não me estimulando. Ainda mais com o advento do Instagram (passei a publicar muitas fotos lá) essa coluna ficou meio esquecida. Mas eu não desisti dela não. Só a darei por encerrada quando chegar à fotografia de número 365! E ainda faltam muitas! 

Hoje trouxe muitas fotos da natureza para vocês (meu tema favorito) o que inclui terra firme e a última viagem que eu fiz à Guarapari-ES. Espero que vocês gostem! (Para ver as fotos anteriores, acessem: 365 Momentos Diários)

Quem tiver Instagram, me segue lá: @helainaideas

Agora, as fotos!

#80
Sol nascendo na praia é divino, não é?

março 24, 2014

[365 Momentos Diários] #5

Nossa, já estou beeeemmm atrasada com essa coluna. Mas não desisti dela não. Venho tirando as fotos e guardando aqui no computador pra poder postar pra vocês! Hoje tem um misto de finalzinho de fevereiro e carnaval! Espero que gostem!
#38
Se vou à algum lugar e tem flores, preciso fotografar!
#39
Gente, isso é muito lindo!
#40

abril 13, 2012

[Curiosidade] Artrópodes a serviço da lei

O último conto publicado, no meu outro blog Universo Invisível, é um conto policial (Esconde-Esconde) que escrevi há algum tempo onde os investigadores usam a entomologia forense para ajudá-los na investigação. Hoje, algumas séries policiais citam o uso dos insetos durante as investigações, mas você sabe desde quando e como os investigadores passaram a usar essa ferramenta na elucidação de crimes? É uma história interessante, que aconteceu há muito tempo, em 1235 na China.
 
Como surgiu?
 
Em uma vila de agricultores, um homem foi morto, mas não havia nenhum suspeito do crime. Os encarregados de investigar o crime analisaram as ferramentas, no caso foices, utilizadas pelos homens e encontraram em torno de uma delas moscas voando, provavelmente atraídas pelo cheiro de sangue que mesmo após a ferramenta ter sido lavada continuava perceptível para os insetos. O dono da ferramenta foi interrogado e acabou por confessar a autoria do crime.

No entanto, nesse caso, os insetos não foram diretamente usados para resolver o crime, já que o assassino confessou. Vários anos depois, em 1855, na França, tem se o primeiro relato onde os insetos realmente “atuaram” na resolução de um crime. O corpo de uma criança foi encontrado em uma residência sob o piso encoberto por uma camada de gesso. Depois que os peritos analisaram os insetos presentes no cadáver e o seu estagio de decomposição chegaram à conclusão de que os moradores que residiam na casa apenas à poucos meses nada tinham haver com o crime e as investigações se dirigiram a família que residia anteriormente na casa.

A entomologia forense, no entanto, só se tornou mundialmente conhecida em 1894 quando Mégnin publicou na França o livro “La faune des cadavres”. Contudo, a metodologia utilizada por Mégnin, não pode ser aplicada para o Brasil devido à diversidade de a fauna brasileira ser muito diferente daquela de países de clima temperado e da grande dimensão continental do país. Assim, em 1908 Edgard Roquette Pinto e Oscar Freire, respectivamente nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia, iniciaram os trabalhos na área da entomologia forense nos Brasil. Com base em estudos realizados na primeira década do século XX em humanos e animais eles fizeram um registro dos insetos necrófagos em regiões da Mata Atlântica.

Pessoa e Lane (1941) complementaram os conhecimentos disponíveis de entomologia forense com um trabalho que abordava os coleópteros de interesse médico-legal e trazia um histórico até aquela data. Entre as décadas de 1940 a 1980 foram raros os trabalhos nessa área, já o período posterior se caracterizou pelo desenvolvimento desses estudos.

A princípio, os peritos criminais e legistas tratavam a entomologia forense com certo ceticismo, mas aos poucos passaram a contar com o auxílio dos entomólogos para aperfeiçoarem seu trabalho.

Como faz?
Os insetos podem ser utilizados para auxiliar a polícia em vários tipos de investigação. A aplicação mais conhecida é nos casos de morte. Mas, como diria Jack o estripador, vamos por partes!

A entomologia forense pode ser usada na investigação de danos causados por insetos, como cupins, por exemplo, em imóveis. Para tratar da contaminação em grande extensão de produtos estocados como feijão, milho entre outros. Ou mesmo para identificar a rota de entorpecentes analisando os insetos presentes na carga.

Já a utilização da entomologia forense em investigações policiais em casos de crime contra pessoa se fundamenta na característica dos insetos de colonizar cadáveres, ou seja, utilizá-los como sitio de alimentação e/ou reprodução.

Nos casos relacionados à investigação criminal essa ciência pode ser aplicada para definir o local onde ocorreu a morte, já que a fauna de insetos de um local pode (e na maioria das vezes é) bem diferente dos outros. Ao se encontrar espécies de insetos no cadáver que não sejam daquela região é uma evidência de que o corpo tenha sido movido do local original da morte.

O modo como ocorreu a morte também interfere na colonização dos insetos. Estes, normalmente procuram cavidades naturais do corpo para ter acesso ao seu interior. Locais precocemente colonizados podem indicar a presença de ferimentos.

Com a análise dos insetos também é possível dizer a quanto tempo a morte ocorreu. Pelo fato de alguns insetos (como por exemplo, as moscas) utilizarem o cadáver como sitio de reprodução, aspectos como postura de ovos, desenvolvimento das larvas e por fim a eclosão dos jovens pode ser empregada para estimar a quanto tempo o corpo está exposto. Isso porque o ciclo de vida desses insetos já foi previamente estudado e a quantidade de dias de desenvolvimento de cada fase já é conhecida. Da mesma forma, maus tratos contra crianças e idosos também podem ser aferidos já que ferimentos mal cuidados ou má higiene podem atrair insetos.
 
Isso é um pedaço de carne de porco, só pra esclarecer.
Eu particularmente acho a entomologia bem interessante, tanto que minha monografia foi sobre esse assunto. Ver como os insetos podem ajudar nas investigações criminais, às vezes difíceis de resolver, mostra como nenhum aspecto pode ser ignorado. Mesmo o menor dos insetos.

Experimento que realizei durante a graduação em Ciências Biológicas utilizando carne de porco como atrativo para os insetos.

Esse texto é apenas a apresentação de uma ciência que começou na China em 1235 e continua a pleno vapor. Muitos artigos podem ser encontrados na internet, mas mesmo assim, muito ainda há de se estudar. Ainda é necessário aumentar o conhecimento sobre quais espécies frequentam os cadáveres, como utilizam e por quanto tempo para cada região, para assim poder utilizar essa ciência de forma mais ampla do que é utilizada hoje.

Fontes:
  • Entomologia Forense: Quando os insetos são vestígios. Oliveira-Costa, J. Editora Millenium, Campinas, 258p.
  • PUJOL-LUZ, J.; ARANTES, L. C. e CONSTANTINO, R.. 2008. Cem anos da Entomologia Forense no Brasil (1908-2008). Revista Brasileira de Entomologia 52 (4): 485-492.
  • SOUZA, A. M. B. & KIRST, F. D.. 2010.Aspectos da bionomia e metodologia de criação de dípteros de interesse forense. pp. 169-182. In: GOMES, L. (Org.) Entomologia Forense: - Novas tendências e tecnologias nas ciências criminais. 1ª ed. Techinical Books Editora, Rio de Janeiro. 524p.