Nem só de Sherlock Holmes é feita a obra de Arthur Conan Doyle. Já li inclusive que essa é uma reclamação do autor, por só o detetive londrino ter ganhado destaque em tudo o que ele escreveu. Em agradecimento ao conforto de viver com meus Baker Street Boys (uma convivência feliz e saudável que vai completar 3 anos em maio), resolvi procurar diferentes histórias do autor para ler, divulgar e tentar, mesmo com meu pequeno alcance, tornar outros personagens seus mais conhecidos.
“Cérebro, caráter e alma: só quando alguém conhece mais da vida sabe como cada um é diferente.” Pág. 84
O livro começa com um homem apaixonado, E.D. Malone, querendo conquistar sua amada Gladys Hungerton. Ele mesmo conta sobre sua visita à dama onde é convencido por ela que um desafio arriscado transformaria o sentimento de amizade que ela tem por ele em romance e por consequência casamento. O próprio Malone admite que não foi muito sensato aceitar algo daquela natureza, mas na imaturidade de sua juventude ele nem hesitou.
“Pensamentos assim poderiam ocorrer a alguém de meia-idade, mas jamais ocorreriam em seus ardentes 23 anos e na febre do primeiro amor.” Pág. 13
Sendo assim, seguimos com Malone em busca de seu grande desafio para se mostrar merecedor da donzela, e vemos seu caminho se cruzar com o do professor Challenger. O jornalista e o caçador Lorde John Roxton, aceitam a expedição de, junto com o professor Summerlee, provar que as alegações de Challenger de que encontrou um lugar com criaturas há muito tempo tidas como extintas são falsas.
“A verdade é a verdade e nada que vocês possam informar haverá de afetá-la de alguma forma, embora essas informações talvez possam agitar as emoções e aliviar a curiosidade de muita gente inconsequente.” Pág. 71
Os personagens principais são os quatro homens e o que mais se aproxima do leitor é obviamente Malone pelo simples fato da história ser narrada por ele, então tudo o que vemos está sob sua perspectiva. Os dois professores são duas figuras que vivem em pé de guerra, mas às vezes deixam as picuinhas de lado para conversar sobre os assuntos que dominam, apenas para voltar a implicarem com o outro mais uma vez. O caçador age como um segurança do grupo sempre atento a tudo, sobretudo aos guias que guiam a expedição pela Amazônia.
Me diverti com os quatro, e simpatizei bastante com o jornalista, E.D. Malone a ponto de torcer por ele em vários momentos. Já Gladys, a única personagem feminina do livro (tem mulheres por todos os lugares, inclusive entre os cientistas, mas apenas ela tem relevância na obra), foi zero simpatia. Talvez por ser muito jovem, por ser de outra época, ou pelas duas coisas juntas, a maneira dela de pensar e agir é completamente diferente da minha.
“Uma terra onde nós ousamos muito, sofremos muito e aprendemos muito. Era a “nossa terra”, como sempre a chamaremos carinhosamente.” Pág. 217
Esse livro está fora da minha zona de conforto, então demorou um pouco para a leitura fluir, mas assim que me acostumei com o narrador e fiquei interessada pelo que viria depois, as páginas voaram. O livro é em forma de relato escrito pelo protagonista, então, se estamos lendo sabemos que ele sobreviveu, pelo menos até aquela parte. Malone envia os trechos de sua aventura na Amazônia através de mensageiros para o editor do jornal onde trabalha, de forma que há sempre uma atmosfera de mistério sobre como e em que condições será o próximo envio.
É um livro fora da minha zona de conforto que me surpreendeu positivamente. Apesar de ser diferente do que eu estou acostumada, sem personagens femininas interessantes, ainda assim me vi bastante envolvida durante toda a expedição.
Recomendo para quem gosta de aventuras perigosas em terras inexploradas, pois, apesar de citar a Amazônia como cenário principal, Dolye criou um mundo dentro da vasta floresta com plantas e animais pré-históricos isolados o suficiente para nunca terem sentido o impacto do progresso ou mesmo tido contato com a população vizinha.
“Será que realmente estamos à beira do desconhecido, nas fronteiras do mundo perdido de que fala o nosso líder? Contei o incidente como ocorreu e vocês sabem quanto tanto eu.” Pág. 95
Título Original: The Lost World
Autor: Arthur Conan Dolye
Tradução: Silvio Antunha
Páginas: 240
Editora: Ciranda Cultural (Selo: Principis)
Ano: 2019
Link do livro no Skoob: O Mundo Perdido
Já conheciam esse livro?
Ficaram com vontade de ler?
*Gifs do blog: Cantinho Luma D.
Eu li esse livro há uns dois anos e me foi uma surpresa também. Até porque tem o livro do Jurassic Park com esse mesmo nome, haha. Eu gostei pela aventura, mas me incomodei com uma série de coisas ao longo da narrativa, em especial da personagem feminina e do jornalista. Mas valeu a experiência, só não é um livro que leria novamente.
ResponderExcluirBjks!
Mundinho da Hanna
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Quando vi esse livro, imaginei logo o universo de Jurassic Park, meu único contato com dinossauros. A personagem feminina realmente talvez fosse preferível nem ter.. rsrs
ExcluirBeijos;
Eu ja vi a capa desse livro por aí, mas ainda não sabia bem o que era a história.
ResponderExcluirNão é meu gênero de leitura, mas adorei a sua resenha hehe
Os Delírios Literários de Lex
Fico feliz que tenha gostado! :D
ExcluirOii Helaina,
ResponderExcluirEu tenho a maior CURIOSIDADE do mundo pra ler esse livro, mas até hoje não comprei. Eu era completamente apaixonada pelo seriado inspirado nesse livro!
Já li um conto do autor que traz o Professor Challenger como principal e gostei bastante.
Beijos,
https://brenshelf.blogspot.com/
Eu já tinha ouvido falar da história, mas nem sonhava ter sido escrita pelo criador de Sherlock Holmes. Valeu à pena a experiência.
ExcluirBeijos;
Oi, Helaina. Como vai? Embora eu já tenha lido bastante de Conan Doyle este aí especificamente não li. Tenho muita curiosidade em ler, depois de sua resenha fiquei ainda mais tentado. Que bom que curtiu o livro. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Oi Luciano, eu vou bem. E você?
ExcluirEspero que você tenha a chance de ler e goste bastante! :)
Oi! Já tinha visto a obra, mas não conferi. Apesar de gostar da escrita do autor em Holmes, esse livro dele não tive vontade de ler ainda. Quem sabe em breve, pois é sempre é bom conhecer outro lado de um autor. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
O livro acaba sendo um pouco parecido na forma de escrita, por haver um narrador como o Watson, mas a trama nem passa perto de investigações policiais. Sim, quando a gente gosta de um autor/a é legal conhecer mais trabalhos. Beijos;
ExcluirOi!
ResponderExcluirA única história do Arthur Conan Doyle que não é sobre Sherlock Holmes que eu já li é o conto "O Gato Brasileiro" que infelizmente hoje não me lembro muito sobre.
Beijão
https://deiumjeito.blogspot.com/
Eu li esse conto também. Estava em um livro com vários outros. Mas também não lembro bem cada um (O Gato Brasileiro eu lembro) e pretendo reler (são curtinhos) antes de falar deles qui no blog.
ExcluirBeijos;
Não conheço de tudo este autor fiquei curiosa
ResponderExcluirretromaggie.blogspot.com
Espero que tenha a oportunidade de ler e goste!
ExcluirHey Helaina, tudo bem?
ResponderExcluirEu já vi essa capa em tanto canto e não sabia que era de Conan Doyle, acredita?
Como o bom filho a casa torna, estou de volta para o mundo blogger e te convido a conhecer meu novo cantinho.
Espero que tenha uma ótima semana!
Meu blog é feat. Thamis (só clicar no link).
Oi Thami, tudo bem sim, e você?
ExcluirEu também não fazia ideia até sair procurando mais trabalhos dele.
Vou passar lá pra conhecer seu blog! Um ótimo final de semana pra você!
Eu já tinha ouvido falar nesse livro e achei bem interessante ler a resenha aqui.
ResponderExcluirFiquei curiosa heim :)
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Se você tiver a chance de ler espero que goste!
ExcluirOi! Fiquei com vontade de ler com certeza e me levaria para longe da minha zona de conforto também, só não sei se vou me acostumar da mesmo forma que aconteceu com você.
ResponderExcluirAté mais!
https://www.relatosdalih.com.br/
Oi Lídia, espero que se você decidir ler consiga ter uma experiência tão agradável quanto a que eu tive.
ExcluirAté mais;
Nunca tinha ouvido falar em nenhuma outra obra do autor e agora fiquei bem curiosa. Estou lendo as histórias de Sherlock e acho que vou tentar ler alguma outra coisa para analisar o meu sentimento em relação a ela.
ResponderExcluirEu resolvi fazer isso assim que terminei de ler Sherlock, pra conhecer mais do autor e estou gostando da experiência.
ExcluirOlá! Gostei muito da resenha e fiquei interessado em ler. É engraçado como a Floresta Amazônica foi durante muito tempo esse lugar repleto de mistérios. De certa forma, ainda ocupa um pouco esse lugar, como uma espécie de paraíso perdido. Agora, como ela está completamente mapeada e tem sido explorada de forma ilegal e queimada agressivamente. Enfim, é uma tristeza. Mas voltando ao livro, fiquei curioso com a leitura e o desenvolvimento das personagens. Um abraço!
ResponderExcluirOi, fico feliz que tenha gostado da resenha. Sim, é muito triste que o interesse sobre a Amazônia seja exploração ao invés da preservação. Se ler espero que goste. Abraço!
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