[5 motivos] para assistir: Patrick Melrose

Desde a primeira vez que assisti a série Sherlock da BBC que o talento de dois atores chamou minha atenção. Com o Martin Freeman foi um tipo de paixão que me fez consumir os trabalhos dele um após o outro. Já com Benedict Cumberbatch, tenho ido mais devagar, mas encontrado ótimos filmes e séries assim como acontece com o Martin.

Foi com a expectativa lá em cima que me deparei com a minissérie, de 5 capítulos com 60 minutos cada, que conta o drama de Patrick Melrose (Benedict Cumberbatch) tentando sobreviver e lidar com os traumas deixados por um pai abusivo e uma mãe negligente. Um retrato comovente de uma realidade oculta entre as quatro paredes de vários lares pelo mundo e suas consequências devastadoras num ciclo de violência que tende a passar de geração em geração caso não seja interrompido.

1. Primeira motivação: Bom, com o Benê costumo tentar conhecer um pouco mais do trabalho antes de assistir, e o trailer e algumas cenas que encontrei pela internet foram o suficiente para me convencer. Os pequenos trechos mexeram tanto com o meu emocional que eu senti que precisava ver os cinco episódios e saber como terminaria aquela história.
   
   
2. Fantasia ou mundo real: a série é baseada nos romances semiautobiográficos de Edward St Aubyn, então se passa completamente na nossa realidade abrangendo desde os anos 60, com Patrick ainda criança, interpretado por Sebastian Maltz, até os dias atuais, já adulto onde Benedict assume o papel.
   
   
   
   
   
3. Enredo: Nosso primeiro contato com o protagonista é no momento em que ele recebe a notícia da morte do pai. Vivendo em Londres ele precisa ir até Nova Iorque, último endereço de David Melrose (Hugo Weaving) buscar suas cinzas. A tarefa, no entanto, não é nada fácil para o agora adulto Patrick que ainda é atormentado pela violência e os abusos sofridos sob a guarda de seu pai. Recorrendo ao álcool e drogas ilícitas, ele tenta a todo custo evitar as memórias de seu passado e é por elas que conhecemos seu passado em cada episódio de overdose ou crise de abstinência. Patrick quer mudar, mas a ferida provocada durante a sua infância funciona como uma âncora que o mantêm preso ao fundo do poço.
   
   
4. Estética: Londres, Nova Iorque e a mansão da família no sul da França são os cenários principais. Os locais luxuosos se alternam com os mais deteriorados à medida que acompanhamos Patrick em sua batalha contra os vícios e nem sempre os pontos onde ele vai em busca dos entorpecentes são os mais insalubres, apesar de perigosos. A maneira como algumas pessoas são afetas negativamente pelo dinheiro é explícito na minissérie, que inclusive expõe a questão como uma crítica. O que vemos nos ambientes mais luxuosos é uma batalha de egos onde fica difícil saber quem está pior apesar das contas bancárias volumosas.
   
   
   
   
   
5. Zona de conforto: Totalmente fora do que estou acostumada. Eu embarquei nesse drama porque a história e a interpretação do Benedict chamaram minha atenção e não só me agradou bastante como me fez querer assistir mais uma vez, mas preciso avisar sobre os temas sensíveis que a minissérie trata. As únicas cenas explícitas são os episódios de overdose de Patrick e alguns atos mais violentos, entretanto, o que se lê nas entrelinhas, o que fica subentendido, é suficiente para revirar o estômago. A Atmosfera de tensão, medo e pesar que fica o tempo todo inspira aquele apego ao personagem e o desejo de que ele supere tudo de ruim que sofreu.

Para quem ficou interessado nos livros, eles foram publicados pela Companhia das Letras e as cinco partes da história estão divididas em dois volumes: Romances de Patrick Melrose Vol. 01 e Romances de Patrick Melrose Vol. 02.

Título: Patrick Melrose

Direção: Edward Berger

Gênero: Drama

País: EUA, Reino Unido e Irlanda do Norte

Ano: 2018

Classificação indicativa: 18 (site IMDB)

Já conheciam a série? Ficaram com vontade de assistir?

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