[Resenha] Ilha do Medo (Paciente 67)

Eu assisti ao filme antes te ler o livro, então já tinha uma ideia de qual era a reviravolta do livro, mas preciso admitir que mesmo assim ainda fiquei com aquela sensação de “será mesmo?” quando terminei de ler.

Esse livro faz parte da lista 40 antes dos 40.

[Sinopse] No verão de 1954, o xerife Teddy Daniels chega a Shutter Island com seu novo parceiro Chuck Aule. A dupla deverá investigar a fuga de uma interna do Hospital Psiquiátrico Ashecliffe, reservado a pacientes criminosos. Sem deixar vestígios, a assassina Rachel Solando escapou descalça de um quarto vigiado e trancado à chave. Os médicos, funcionários e enfermeiras da instituição não parecem dispostos a colaborar com a investigação. E as mentiras vêm diretamente do enigmático médico-chefe do hospital. O desaparecimento de Rachel traz à tona uma série de suspeitas sobre o hospital: com suas cercas eletrificadas e guardas armados, talvez ele não seja apenas mais um sanatório para criminosos. (Leia a sinopse completa no Skoob).

Mesmo já tenho visto o filme, como foi há muito tempo (nem lembro quanto), resolvi apostar que minha memória não se lembraria do que acontece. Aparentemente perdi a aposta e estava certa sobre o desfecho, mas isso não fez a leitura menos interessante, porque eu li com uma visão diferente, quase uma releitura, tentando encontrar falhas na narrativa do protagonista que evidenciassem o final. Sabe aquelas dicas escondidas bem na frente dos nossos olhos? Então, foi com elas que eu me diverti enquanto lia.

“No caso de Rachel, nenhum pensamento era ocioso ou secundário. Ela tinha de evitar que a estrutura de seu cérebro desmoronasse, e para isso era preciso pensar o tempo todo.” - Pág. 57

O começo é um pouco lento, cheio de apresentações e ambientações, preparando a gente para o que está por vir, mas aos poucos a história foi se desenvolvendo e despertando minha curiosidade. Assim que termina essa parte, a história flui mais rápida enquanto seguimos Teddy e Chuck em sua busca pela paciente desaparecida na ilha.

Fui me lembrando de algumas coisas durante a leitura, mas não de outras, de forma que, em certo ponto todo mundo era suspeito para mim. Basicamente eu só me lembrei do desfecho mesmo, a maioria das cenas acabou sendo inédita e torci pelos personagens ficando com uma sensação estranha no final sem saber se o autor estava tentando me enganar ou não. Essa ilha realmente mexe com a cabeça da gente.

“Ah, aí é que está o problema. Se ambos vimos, não se trata de alucinação. As alucinações são diferentes para cada pessoa.” - Pág.144

Sobre a edição que eu li, foi o livro físico e me incomodou um pouco o fato deles terem mantido as aspas ao invés de travessão para os diálogos. Sei que é a formatação do texto em inglês, mas gosto muito. De qualquer forma, como estou escrevendo algumas fanfics nesse idioma e preciso usar as aspas para marcar os diálogos, ou meus leitores se perdem com os travessões, acabou sendo útil para eu me acostumar um pouco mais com o estilo.

Eu recomendo esse livro para quem gosta de mistérios com reviravoltas que te acompanham mesmo depois do final da leitura. E mesmo com o autor te apresentando um desfecho você fica na dúvida se aconteceu aquilo mesmo ou se estão tentando te enganar. Adorei a sensação.

“Se você é considerado louco, todos os atos que, de outro modo, provariam que você não o é passam a ser vistos como ações de uma pessoa louca. Seus protestos veementes são classificados como negação. Os medos justificados são classificados como paranoia. Os instintos de sobrevivência são chamados mecanismos de defesa. Não há saída.” - Pág. 251

Título Original: Shutter Island
Autor: Dennis Lehane
Tradução: Luciano Machado
Páginas: 344
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2010
Link do livro no Skoob: Ilha do Medo (Paciente 67)

Para quem quiser conhecer a história pelo filme:

Trailer: Shutter Island 🎬

 

Já conheciam o livro? E o filme? Eu recomendo! É daqueles com muito suspense de tirar o fôlego com um plot twist que você pode até adivinhar, mas se choca quando conhece os detalhes.