Sabe aquele sonho de alguns leitores de esquecer a história de um livro para poder ler novamente como se fosse a
primeira vez? Então, aconteceu comigo e não sei o quanto preciso me preocupar 👀❔.
Eu tinha lembranças do começo da história, a data em que terminei a leitura no
Skoob pela primeira vez em 2016 e a sensação de que foi uma leitura muito boa,
apesar de eu não saber explicar o motivo.
Por conta disso, quando organizei a lista com 40 livros para ler antes dos 40 (saiba mais), A Árvore da Mentira foi uma das tantas releituras selecionadas a qual fiz questão de escrever e publicar a resenha para ver se não esqueço mais! 😂
Nessa história acompanhamos Faith e sua família que é praticamente banida para morar em uma ilha após um escândalo ameaçar a carreira de seu pai, o reverendo Erasmus, estudioso de ciências naturais. Para se esconder das acusações e proteger a família, ele viaja com esposa, um filho, uma filha e o cunhado para a inóspita ilha inglesa de Vane.
Tudo se passa no século XIX, com direito a todo preconceito que se tinha contra mulheres na época. Desde sua criação apenas para ser esposa até o impedimento, ou, no mínimo, estranheza quando as mesmas possuíam interesses acadêmicos. Ao mesmo tempo que os trechos que relatam essa realidade nos fazem ficar com raiva, mostram a mudança acontecendo, pouco a pouco, pelas mãos de corajosas mulheres que ousaram pensar diferente.
“A vida é um campo de batalha, Faith! As mulheres estão no campo de batalha tanto quanto os homens. Não recebemos arma alguma, e não podemos ser vistas lutando. Mas devemos lutar, ou vamos perecer.” Pág. 243
O contexto histórico aqui, no entanto, é mais pano de fundo. A história foca nas descobertas que estão sendo feitas na ilha, um assassinato e uma planta misteriosa que promete grandes revelações a quem comer de seus frutos, mas essa precisa ser alimentada com mentiras e Faith não demora a descobrir o efeito bola de neve que uma ideia tem.
“Uma árvore que podia contar segredos que ninguém mais possuía e descascar os mistérios do mundo. Uma árvore que podia mostrar aos governantes os segredos de seus inimigos, aos cientistas os segredos das eras, aos jornalistas os vícios dos poderosos. Não era apenas cientificamente fascinante. Era muito valorosa. Poderosa. Inestimável.” Pág. 234
Inconformada pela morte do pai, a jovem fica ainda mais perturbada quando os habitantes da ilha sugerem que o reverendo tirou a própria vida e, portanto, não pode ser sepultado em solo sagrado. Faith precisa contar com todos os aliados que conseguir, mesmo os mais improváveis, para desvendar o mistério e preservar a dignidade de seu pai.
“Podia ser bondade pura. Faith sentiu-se vazia ao pensar nisso. Precisara de bondade anteriormente, e não recebera nenhuma. Agora era tarde demais e ela não sabia o que fazer com ela.” Pág. 183
Não digo que tenha me identificado com nenhum dos personagens, mas senti empatia tanto por Faith em sua busca por respostas, quanto por seu irmão mais novo, Howard, um menino canhoto, algo inaceitável para a época. Ele é forçado a usar um casaco com a manga costurada para escrever com a mão “certa”, já que seria uma vergonha para a família mandá-lo para a escola com ele usando a mão esquerda para escrever. Ainda assim, Faith estava em pior condição, pois nem poderia frequentar a escola. Saber ler já era suficiente para uma mulher na época (assustador). Nossa situação como mulher na sociedade melhorou muito comparado ao que a protagonista passa, mas ainda temos um longo e exaustivo caminho pela frente.
“— Faith, seu irmão não é canhoto — Myrtle disse com firmeza como se Faith tivesse feito uma acusação injusta. — O que tem de errado com você hoje? — Ela observou a filha mais demoradamente.” Pág 229
A história tem um ritmo acelerado e sempre tem algo acontecendo. As páginas voam e prendem a gente a cada revelação querendo saber cada vez mais. Recomendo para quem gosta de mistério, suspense, baixa fantasia e curiosidades de épocas passadas. Achei muito interessante a abordagem da autora sobre os rituais funerários da época.
A Árvore da Mentira é um suspense que eu gostaria muito de ver nas telas. Acredito que seria um daqueles filmes que mantém a gente preso na trama do início ao fim. Além disso, adoraria ver a criatividade da equipe criando a árvore com seus frutos e também os cenários da ilha e da mansão que abrigou a família. Acredito que a fotografia seria, depois da história, o que mais me atrairia.
“As pessoas mais caladas costumam ter uma noção do ambiente que as mais expansivas não possuem. Sentem o vento mudar ao sabor das conversas e tremem com o frio dos ressentimentos guardados.” Pág. 75
Já leram “A Árvore da Mentira”? E a autora? Ela também publicou “Canção do Cuco”, que está na minha lista de leituras há algum tempo, mas ainda não tive a oportunidade de ler. Parece ser uma história tão interessante quanto essa.
Nunca tinha ouvido falar desse "sonho"...mas a sinopse do livro é interessante, me deu vontade de ler.
ResponderExcluirTem muita gente que tem vontade de fazer isso pra ler "como se fosse a primeira vez" de novo. Se tiver a oportunidade de ler, espero que curta a leitura!
ExcluirMuito interessante! Parece ser o meu tipo de livro! Vou levar essa sugestão!
ResponderExcluirBeijos e Abraços,
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Que bom que gostou! Espero que aproveite bem a leitura!
ExcluirBeijos e abraços;
Oi Helaina! Eu li esse livro logo que foi lançado, mas lembro muito pouco da história. Acho que assim como você, eu poderia incluir a releitura dele nas metas. A capa dá a sensação de algo sombrio e parece chamar o leitor para mergulhar na história. Bjos!!
ResponderExcluirMoonlight Books
Oi Cida, eu me surpreendi com esse livro duas vezes. No quanto a história é boa e a forma como esqueci. Valeu muito à pena a releitura. Beijos!!
ExcluirParece ser um livro fabuloso!
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Foi uma leitura que valeu mesmo à pena.
ExcluirBoa semana para você também!
Até mais;
Passando para desejar uma boa semana!
ResponderExcluirBeijos e Abraços,
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Muito obrigada!
ExcluirUma ótima semana para você também!
Beijos e abraços;
Oi
ResponderExcluirEu nem conhecia esse livro e amei conhecer, amei saber que gostou da história e sim, eu tenho alguns livros que gostaria de reler como se fosse a primeira vez. Acho isso muito bacana.
Beijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
Oi! É realmente uma ótima leitura. Tem suspense, é fluida e o livro não é muito grande. Nas duas leituras a experiência foi ótima.
ExcluirBeijos;
Nunca li, mas parece ser bem legal!
ResponderExcluirE nossa eu tenho uma memória meio ruim, então sempre esqueço dos livros que eu li ou dos filmes que assisti kkkkk
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Oi Valéria, foi sim uma boa leitura. Acho que eu só não esqueço quando eu gosto muito, apesar de que eu não consigo memorizar a sequencia dos episódios da série Sherlock... hahahaha....
ExcluirOiê, Helaina.
ResponderExcluirNão conhecia esse livro, achei bem interessante. Fiquei curiosa com o desenrolar da trama. E realmente parece um daqueles livros que daria um filme de chamar a atenção.
Ler livros que se passam em outra época me faz agradecer por nascer no século XXI. Não é como se o nosso fosse uma maravilha, mas, puts, o pessoal antigamente era demasiadamente repressor de tanta coisa, que só de ler já me dá asco.
Não acho que seja estranho esquecer o enredo de um livro, por algum motivo eu não lembro muito de alguns livros que li a uns 10-15 anos atrás. Não sei porque, se a leitura foi rápida demais e não impactou tanto, se eu li junto com algum outro livro (já reparei que se eu ler mais de um ao mesmo tempo tenho tendência a esquecer um deles mais rápido), ou porque na época tava acontecendo muita coisa no meu entorno que a leitura não marcou o suficiente pra fixar.
Acho que a ideia de fazer resenha realmente ajuda a tentar fixar o conteúdo na memória.
Até mais,
https://entulhandoideiasdiversas.blogspot.com/
Oi Ane, com certeza! Hoje não tá bom, mas já foi tanto pior. Acho que comigo deve ter sido a época, devo ter lido esse livro para fugir da realidade, mas não consegui consolidar o que li. Sim! O ato de escrever sempre me fez memorizar com mais facilidade.
ExcluirAté mais;
Oi!
ResponderExcluirNão sou familiar com o trabalho da autora e essa sensação de não lembrar da história vira e volta acontece comigo quando acho a história mediana com um ponto bastante interessante, que eu fico tentando lembrar mais dela!
Beijão
https://deiumjeito.blogspot.com/
Oi Giovana, acho que essa foi a primeira vez que eu esqueci tanto igual aconteceu com esse livro.. hahaha..
ExcluirBeijos;