julho 18, 2024

[Resenha] Natureza morta

Nem parece que já se passaram 4 anos desde a pandemia, e por isso me resguardo no direito de não me sentir constrangida por ter terminado de ler apenas esse ano um livro que a Editora Arqueiro disponibilizou gratuitamente

PARA TUDO! Eu jurava que tinha adquirido esse livro no início de 2020, mas lendo as informações para compor a resenha, acabei de descobrir que ele foi publicado no Brasil apenas em fevereiro de 2022 e está na minha biblioteca desde agosto do mesmo ano 😱! Estou diante de uma memória falsa genuína, além de uma culpa que carreguei à toa por ter demorado 4 anos para ler um livro. Olha, foram menos de dois anos… quem nunca? Vai dizer que leu todos da sua biblioteca no Kindle? 😬. Seja como for, estou certa de que não paguei por esse livro, mas se tivesse feito isso, teria valido cada centavo.

A arte se torna arte quando o artista coloca algo de si nela.

Sinopse: Em Natureza morta, Louise Penny apresenta o inspetor-chefe Armand Gamache, que com sua equipe de investigadores da Sûreté du Québec são chamados a uma cena do crime suspeita em Three Pines, um bucólico vilarejo ao sul de Montreal. Jane Neal, uma pacata professora de 76 anos, foi encontrada morta, atingida por uma flecha no bosque. Os moradores acreditam que a tragédia não passa de um infeliz acidente, já que é temporada de caça, mas Gamache pressente que há algo bem mais sombrio acontecendo. (Leia sinopse completa: Skoob)

Sabia que não era razoável, mas sentimentos geralmente não são.

Essa ideia das editoras, lembro que não foi apenas uma, de doar livros para incentivar as pessoas a ficarem em casa foi, na verdade, uma ótima estratégia de marketing. O que começou com um romance policial que peguei despretensiosamente, hoje é parte de uma série de 7 livros em português (19 no original 💸) que para o desespero do meu bolso eu gostei muito.

Às vezes eu olho para o meu trabalho no final do dia e acho que está ótimo, mas no dia seguinte acho que é uma porcaria. O trabalho não mudou, mas eu mudei.

Não foi um livro que me conquistou desde o começo, tanto que, acompanhando meu histórico de leitura no Skoob lembro da sensação de ter detestado os personagens, me incomodado com a investigação que nunca engrenava e os capítulos gigantes que acabavam me fazendo precisar parar no meio deles em cada pausa. Mas, aos poucos, a curiosidade para desvendar o mistério foi sendo aguçada e eu comecei a gostar da pequena cidade no Canadá com pessoas cheias de segredos.

Narrado em 3ª pessoa, o principal personagem nessa história é obviamente o inspetor Gamache. Senti por ele o mesmo tipo de apreço que tenho por Hercule Poirot. Armand é chefe da divisão de homicídios em Montreal e tem aquele jeito de mentor, sem ser arrogante. Entretanto, há uma novata para testar sua paciência, e a nossa. A agente, Ivette Nichol, parece que vai ser aquela personagem para quem vamos torcer durante a trama, mas eu fiquei com tanta raiva das atitudes dela que acabei torcendo contra 😂.

A gente aprende com os nossos erros, agente Nichol.

Os moradores de Three Pines têm os perfis mais variados, como se é de esperar quando lidamos com uma cidade e várias famílias. Senti empatia por alguns, outros nem tanto, mas não cheguei a me identificar profundamente com nenhum deles. Inclusive em certos momentos achei algumas atitudes meio imaturas, nada que incomodasse, mas sim contribuísse para caracterização dos personagens.

Às vezes as pessoas reagiam às coisas sem nem saber o porquê. E muitas vezes essa reação era violenta, física ou emocionalmente.

No começo a leitura fluiu devagar com a apresentação dos personagens, mas quando o inspetor começa a ir atrás dos suspeitos, as revelações deixam o ritmo frenético e fica cada vez mais impossível parar de ler. Todo o desanimo que eu senti no começou do livro simplesmente desapareceu e eu me vi cada vez mais interessada na trama e ansiosa pela solução. Eu bem tentei desvendar o mistério, e até suspeitei de algumas pessoas, mas não consegui apontar exatamente quem era responsável pelo que aconteceu.

No final o saldo foi positivo, o mistério foi esclarecido e é totalmente possível parar a leitura da série no primeiro volume, mas é claro que ao encontrar o próximo, Graça Fatal, em promoção, eu corri para comprar. Espero que a leitura seja tão boa ou ainda melhor do que o do primeiro. E espero também que os outros da série entrem em promoção, porque são muitos e não são baratos 👀.

Dizem que o tempo cura. Para mim, isso é bobagem. Eu acho que o tempo não faz nada. Ele só cura se a pessoa quiser. Eu vi o que o tempo nas mãos de uma pessoa doente só piora as coisas. Com tempo suficiente, ele rumina, medita e faz de um mísero evento uma catástrofe.

Eu recomendo Natureza Morta para quem gosta de um mistério intrincado onde as pessoas estão muito empenhadas em proteger seus segredos. Além disso, foi um livro que mexeu com minhas emoções, me deixando com raiva de vários personagens no decorrer da leitura. Fazia tempo que eu não sentia isso de maneira tão ampla.

Título Original: Still Life (Chief Inspector Armand Gamache #1)
Autora: Louise Penny
Tradução: Natalia Sahlit
Páginas: 304
Editora: Arqueiro
Ano: 2022
Link do livro no Skoob: Natureza-morta (Inspetor Gamache # 1)

*Os dados do livro se referem à versão impressa.

E então, já conhecem essa série? Que autora inspirada, né? Bom, vou continuar lendo já que adoro o gênero e a escrita conseguiu me cativar. Se continuar assim nos próximos volumes da série, não tem por que parar.

10 comentários:

  1. Oi, Helaina! Como vai? Que bom que a série esteja lhe agradando bastante. Parece ser uma leitura instigante e prazerosa. Particularmente adoro o gênero. Fiquei curioso. Abraço!



    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Luciano, tudo bem e você? Pois é, no começo não gostei muito, mas agora já quero ler os próximos. Fica a dica! Abraço!

      Excluir
  2. Oi! Eu estou lendo a série aos poucos e gostado bastante. Este primeiro livro de começo também não me empolgou, mas aos poucos fui sendo conquistada. E sobre a a gente Nichol, acho que a cada volume dou detestá-las mais e mais. Bjos!!
    Moonlight Books

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah não... achei que fosse ter aquela mudança de personagem por quem a gente acaba se afeiçoando.. hahahaha... mulher imatura demais. Me dá uma raiva. Beijos!!

      Excluir
  3. Parece ser uma série grandiosa. Gosto de um bom e velho suspense, desses que surpreende a gente.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar com muitos posts e novidades! Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É sim! Se tiver oportunidade de ler, espero que goste.
      Boa semana pra você também!

      Excluir
  4. Parece ser interessante, mas neste momento não consigo ler mais sagas (fico viciada e já ando a ler umas três ao mesmo tempo)! Mas vou levar a sugestão para o futuro!

    Beijos e Abraços,

    BLOG | Instagram

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Te entendo! Essa meio que fui enganada, porque não sabia que era uma série, mas como os livros tem histórias independentes, acho que vou conseguir ler numa boa. Se tiver oportunidade de ler, espero que goste!

      Beijos e abraços!

      Excluir
  5. Oiê, Helaina!! Caramba, estou surpresa com esse negócio de "memória falsa", é tão esquisito quando nos deparamos com algo assim. Essa semana mesmo eu tava pensando nisso, tinha uma lembrança de infância de um jeito e num determinado ano, mas quando fui verificar era num ano diferente também. E eu fiquei cabreira tipo: se eu não posso confiar nem mais nas minhas memórias em que vou acreditar? Hahaha.
    Respondendo sua outra pergunta: não, não li todos os livros do meu Kindle. Mesmo os que pago, quem dirá os gratuitos. Não sei explicar, eu inicialmente amei a praticidade do Kindle, mas confesso que prefiro o livro físico, sinto que leio com mais afinco quando estou com o físico.
    Essa coisa de editoras ou mesmo os autores doar livro, ao invés de vender, tenho visto justamente que é uma estratégia e tanto. Um autor brasileiro me disse que ele doou o livro, durante a primeira edição, e isso fez com que as pessoas lessem e comentem sobre isso sem terem sido obrigadas ou pagas pra isso, quando já tinha um bom número de pessoas falando e tendo feito resenha, então o autor e editora relançaram o livro, dessa vez uma versão paga e mais "Premium", e teve mais retorno do que teria se tivesse feito isso desde o princípio. No fim isso é uma estratégia de marketing interessante. Deve funcionar bastante pra sagas também, você gosta do primeiro e consequentemente irá querer o próximo.
    Esse negócio dos primeiros serem baratos, e os próximos caros quase me mata de raiva 😱
    Torcer contra personagens é o ápice, em geral eu sempre faço isso em filmes de terror, os personagens fazem tanto esforço para serem tolos que nos exime até de sentir empatia. Mas raramente sinto isso lendo😂😂
    Não conhecia essa série não, e confesso que em geral mistério não é bem o meu gênero (com uma excessão a Sherlock Holmes 😅). Mas que bom que você curtiu!
    Beijos e até a próxima,
    https://entulhandoideiasdiversas.blogspot.com/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Ane, pois é! Eu jurava que tive pego esse livro em 2020.. não poderia estar mais enganada. Pois é, difícil isso aí!
      Acho que não tem como ler, eles fazem muito menos volume e a ente acaba esquecendo que adquiriu. Eu tenho preferido os físicos também, mas de vez em quando leio no tablet (sei que não faz muito bem para a vista, mas não quis comprar um Kindle).
      É uma estratégia inteligente. Se a história conquistar a gente é difícil resistir.
      Eu só queria que essa personagem amadurecesse ou desaparecesse.. hahaha.. quero passar raiva não. 😂😂
      Eu queria ler mais Sherlock, mas o Doyle escreveu tão pouco.. 😞

      Beijos e até a próxima!

      Excluir

Agradeço muito a sua visita! Deixe um comentário!

- Atenção: Ao comentar você concorda com as políticas de comentários do blog.
Saiba mais: Políticas de Comentários.

Todos os comentários são revisados antes da publicação.
Obs: Os comentários não publicados pela autora não refletem a opinião do blog.