[Sessão Pipoca] O Guia do Mochileiro das Galáxias

Depois que comecei a publicar sobre as temporadas da série Arquivo X (ler) aqui nessa coluna, acabei deixando um pouco de lado os demais filmes e séries que tenho assistido, mas isso está prestes a mudar. Ainda faltam algumas temporadas e mais um filme de Arquivo X para trazer para vocês, e eu farei isso, no entanto não quero mais esperar para compartilhar aqui no blog minha mais recente paixão, e sim, é o ator Martin Freeman, me julguem (por favor, não façam isso...haha).

Esse filme de 2005 foi o meu primeiro contato com o ator, mas eu não fazia ideia disso até assistir a série Sherlock da BBC no início de 2020, me apaixonar por John Watson e começar a procurar por outros trabalhos do Martin. Fiz a mesma coisa com o Benedict Cumberbatch, intérprete do famoso detetive, e em breve pretendo escrever e publicar a resenha do filme Doutor Estranho e da minissérie Patrick Melrose.

Mas agora convido vocês a embarcar comigo numa ficção espacial nonsense com gostinho de sessão da tarde (inclusive foi assim que assisti ao filme pela primeira vez) onde o protagonista é levado de pijama pelo seu amigo extraterrestre para uma aventura improvável.

Sinopse: Arthur Dent (Martin Freeman) é um homem normal, que está tendo um péssimo dia. Após saber que sua casa está prestes a ser demolida, Arthur descobre que Ford Prefect (Mos Def), seu melhor amigo, é um extraterrestre e, para completar, fica sabendo que a Terra está prestes a ser destruída para que se possa construir uma nova autoestrada hiperespacial. Sem ter o que fazer para evitar a destruição de seu planeta, Arthur só tem uma saída: pegar carona em uma nave espacial que está de passagem. Ele passa então a conhecer o universo, sendo que tudo o que precisa saber sobre sua nova vida está contido em um valioso livro: o Guia do Mochileiro das Galáxias. [Fonte: Filmow]

O Guia do Mochileiro da Galáxia é inspirado no livro homônimo que tem resenha aqui no blog (ler) e já faz muito tempo que eu li, mas suspeito que o filme tenha tomado a liberdade de colocar elementos dos outros livros da série no filme, haja vista que não há sequencia para esse filme que, apesar de ter um final *fofo* satisfatório, deixa gancho para outras aventuras.

O filme começa com uma pequena narrativa sobre as criaturas mais inteligentes que habitam o planeta Terra, e os golfinhos, os segundos nessa categoria, protagonizam um pequeno musical na sequência. No início eu achava a cantoria um pouco chata, mas hoje eu canto junto praticamente todas às vezes! #DisneyVibes

Na sequencia finalmente aparece o homem fofo que faz meu coração acelerar, okay, vou me controlar, o protagonista dessa bagunça, Arthur Dent (Martin Freeman). Earthman britânico de hábitos simples e vida pacata que está tomando seu café da manhã quando é surpreendido por uma equipe que veio demolir sua casa para construir um desvio. Não que ele desconhecesse totalmente o fato, mas por conta do projeto ter ficado escondido, Arthur não teve tempo suficiente para tentar impedir legalmente a demolição e seu único recurso é o protesto pacífico.

É nesse cenário que aparece seu amigo Ford Prefect (Mos Def) para avisar sobre uma demolição iminente da qual Arthur não tem a menor ideia, assim como também não tem ideia de que seu amigo é na verdade um alienígena que tem vivido na Terra fazendo pesquisa de campo para seu livro.

Depois de convencer Arthur que os operários vão ficar entretidos com a cerveja que ele trouxe e só então voltar ao trabalho, Ford leva o amigo para um pub e revela toda a verdade. Algo que o terráqueo em questão aceita muito bem até, mas dadas as circunstâncias ele não tinha muita opção.

A tia prestando atenção na conversa é a melhor parte!

Nesse momento ele revela seu verdadeiro pesar naquela situação toda, e não é sua casa, mas sim uma mulher que ele conheceu numa festa a fantasia, Tricia McMillan (Zooey Deschanel). E esse é o primeiro momento fofo da história com uma situação de vergonha alheia, porque a alma do filme é o humor. O encontro de nerds que se sentem extremamente confortáveis um com o outro (meu sonho de adolescência que não se realizou), mas sem um final feliz, pois Arthur perde contato com Tricia...

... e também perde a casa.

Os operários voltaram ao trabalho enquanto eles ainda conversavam e agora o homem não tem mais onde morar. Logo os operários também não terão, pois espaçonaves começam a sobrevoar e a voz de um Vogon ressoa pelo planeta avisando de sua destruição causando pânico geral. Até o Rio de Janeiro aparece com pessoas gritando enquanto é feito o pronunciamento. De todas as reações pelo planeta me identifiquei muito com a desse homem. Afinal, se vão destruir planeta, de que adianta correr e gritar?

O homem lendo está indicado pela setinha.

Ford salva Arthur conseguindo carona em uma das espaçonaves e isso tudo acontece apenas nos 15 primeiros minutos de filme. Vou parar por aqui o relato, senão será impossível segurar os spoilers. Nos pouco mais de 90 minutos seguintes ainda tem muito mais aventura, agora dentro de naves e outros planetas, momentos engraçados e fofos, e a famosa pergunta sobre a vida, o universo e tudo mais cuja resposta deixou muita gente chateada. A frustração é perfeitamente compreensível, mas de que serve uma resposta sem uma pergunta?

Além dos personagens já citados, também entram para a aventura os adversários políticos Zaphod Beeblebrox (Sam Rockwell), atual presidente da galáxia dono de um ego que só não é maior do que o universo porque este é infinito e Humma Kavula (John Malkovich), líder religioso alienígena criado por Adams especialmente para o filme e ainda ressentido com o resultado. Questular Rontok (Anna Chancellor) é a vice-presidente que tenta fazer Zaphod se comportar de acordo com o cargo enquanto tenta disfarçar sua atração por ele.

Os Vogons, criaturas extraterrestres extremamente burocráticas e sem imaginação, tem grande participação nesse filme dificultando bastante a vida dos mochileiros e Marvin (Alan Rickman|voz e Warwick Davis|movimentos), um robô projetado para apresentar reações humanas que vive depressivo. Confesso que não consigo deixar de me lembrar do professor Snape quando ouço sua voz e ficar um pouco emotiva pelo seu falecimento. Ainda há mais alguns personagens na trama, mas se eu disser qual a participação deles revelo o plot twist do filme.

O Guia do Mochileiro da Galáxia se tornou um dos meus filmes de conforto junto com Beetlejuice, Jumanji, Agora e Sempre e Coraline. Começou pela presença do Martin Freeman e me conquistou pela trama leve. Os momentos tensos acabam sendo muito cômicos e os dramáticos duram pouco tempo.

Título: O Guia do Mochileiro das Galáxias (The Hitchhiker's Guide to the Galaxy)
Direção: Garth Jennings
Gênero: Ficção científica, Comédia, Aventura
Duração: 109 min
País: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Lançamento: 3 de junho de 2005 (Brasil)
Trailer: O Guia do Mochileiro das Galáxias (original, 2005 | Youtube)

Quis publicar essa resenha hoje para ficar de sugestão de filme para o final de semana (prolongado para algumas pessoas). Já assistiram? Quem ainda não assistiu, ficou com vontade? Digam nos comentários!