Desde que eu voltei com o blog que estou querendo postar de novo, mas a preguiça ou falta de vontade, como queiram, sempre é maior. Resolvi olhar no meu caderno de resenhas para ver se já tinha alguma coisa pronta e acabei encontrando uma que ainda não publiquei. Venham então saber como foi a leitura de: O Gigante Enterrado
Esse livro chamou minha atenção desde o título. Depois de ler a sinopse então precisava desvendar o mistério da nevoa que faz as pessoas perderem a memória.
Sinopse: Uma terra marcada por guerras recentes e amaldiçoada por uma misteriosa névoa do esquecimento. Uma população desnorteada diante de ameaças múltiplas. Um casal que parte numa jornada em busca do filho e no caminho terá seu amor posto à prova - será nosso sentimento forte o bastante quando já não há reminiscências da história que nos une? Épico arturiano, o primeiro romance de Kazuo Ishiguro em uma década envereda pela fantasia e se aproxima do universo de George R. R. Martin e Tolkien, comprovando a capacidade do autor de se reinventar a cada obra. Entre a aventura fantástica e o lirismo, "O gigante enterrado" fala de alguns dos temas mais caros à humanidade: o amor, a guerra e a memória. - Fonte: Skoob
É muito esquisito mesmo como o mundo está esquecendo das pessoas e das coisas que aconteceram ontem ou anteontem. É como se uma doença tivesse contagiado a todos nós.
Em uma Grã-Bretanha de muitos anos atrás, acompanhamos a viagem de Axl e Beatrice para encontrar o filho que há muito tempo não veem. Em uma paisagem rupestre viajamos juntos com o casal de idosos em sua jornada enquanto um clima tenso entre os bretões e saxões se desenvolve.
Axl fazia questão de que a esposa fosse em frente, pela simples razão de que praticamente todos os monstros ou espíritos malignos que eles poderiam encontrar costumavam atacar a presa posicionada na retaguarda do grupo - da mesma maneira que, suponho, um grande felino persegue o antílope que está no final da manada.
A atmosfera do livro é do tipo fantástica e os seres coexistem com os humanos. Fadas, bruxas e ogros são vistos pelas pessoas com medo, mas sem espanto.
Não vamos chamá-las de bruxas, mesmo que os modos delas tentem a fazer isso. Vamos procurar lembrar que, um dia, pelo menos algumas delas já tiveram graça e beleza.
Um barulho fez com que se virasse, e ele viu na outra ponta do barco, ainda banhada em luz laranja, a velha curvada sobre a proa, com fadas - um enxame delas - zanzando em cima da mulher.
A primeira coisa que lhe veio à cabeça foi que deviam ser ogros, e ele mais que depressa olhou em volta à procura de uma pedra ou um pau.
O livro foi um pouco diferente do que eu esperava. A história é muito bonita, mas eu esperava um pouco mais de ação. Isso, no entanto não tornou a leitura menos agradável. Adorei acompanhar Axl e Beatrice e ver o amor e cuidado de um com o outro.
Esse livro foge do clichê de protagonistas jovens construindo uma relação. Com Axl e Beatrice vemos duas pessoas que se amam e sofrem com o efeito da misteriosa névoa que os faz esquecer muito do que já viveram.
Como a fantasia não é o foco central desse livro, mesmo quem não gosta do gênero pode se aventurar sem medo.
Boa senhora, a ilha de que esta mulher fala não é uma olha comum. Nós, barqueiros, já levamos muitos até lá ao longo dos anos e, a essa altura, deve haver centenas habitando seus campos e bosques. Mas se trata de um lugar de características estranhas, e quem chega lá vaga por entre as árvores e a vegetação sozinho, sem jamais ver qualquer outra alma.
Mas o nosso filho testemunhou o rancor que isso provocou, numa idade em que ele já era velho demais para se deixar enganar por palavras tranquilizadoras, mas ainda jovem demais para entender as estranhas razões do coração.
Título: O Gigante Enterrado
Autor: Kazuo Ishiguro
Tradução: Sonia Moreira
Tradução: Sonia Moreira
Páginas: 396
Achei linda a capa! Gosto muito de livros de fantasia, que tem fadas, gnomos, criaturas mitológicas assim. Gostei da indicação ^-^
ResponderExcluirNão é uma leitura como as que eu estou acostumada. Me pareceu uma fantasia mais adulta no sentido de ter muita reflexão. Mas gostei mesmo assim.
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