Desde os anos 90 eu esperava que houvesse uma continuação para o filme: Os fantasmas se divertem, mesmo sabendo que uma sequência pode ser muito ruim e estragar bastante a experiência a ponto da gente fingir que ela não existe. Entretanto, com o retorno de Tim Burton na direção e Danny Elfman na trilha sonora e boa parte do elenco, duvidei que esse filme pudesse ser ruim. Para minha alegria eu estava certa e, apesar de ver mais potencial para a história do que realmente foi explorado no longa, a experiência foi ótima.
O falecimento de Charles (Jeffrey Jones) força a reunião das mulheres da família Deetz. Lydia (Winona Ryder), mantém contato com a madrasta Delia (Catherine O’Hara), mas a filha Astrid (Jenna Ortega) ignora a mãe e a trata mal por não acreditar nos poderes paranormais dela. O principal motivo para isso é Lydia conseguir se comunicar com os mortos, talento descoberto no primeiro filme, mas não conseguir estabelecer contato com o ex-marido, pai de Astrid. A atriz entregou de maneira perfeita a adolescente revoltada que acredita ser muito sábia me fazendo ficar irritada em cada aparição dela. 😅
As
coisas não vão muito bem durante o luto dessa família excêntrica
e pioram quando o namorado de Lydia acredita ser o momento perfeito
para pedi-la em casamento. 😐 Para completar o desastre, Beetlejuice (Michael
Keaton), obcecado por Lydia desde o primeiro filme, entra na
história. A questão é que ele também está em perigo, pois
Delores (Monica Bellucci), a mulher com quem se casou enquanto estava
vivo recupera sua força e está em busca de vingança. A trama fica
ainda mais complicada quando Lydia precisa da ajuda de Beetlejuice
para resgatar Astrid sabe tudo que foi induzida a
atravessar um portal para a dimensão dos mortos e corre grande
perigo (sim, estou evitando detalhes da trama de propósito para
não dar spoiler 😉).
Nostalgia
pura foi o que eu senti assistindo ao filme! Como mencionei, muita
gente envolvida no longa de 1988 está de volta, a trilha sonora em
vários momentos relembra o primeiro filme e o fato dos cenários
principais serem os mesmos só contribuiu para o sentimento de:
“volta pra casa”. Já as novidades fizeram jus
ao clássico, tanto em relação a novos atores e atrizes quanto a adição de canções como: MacArthur Park
(Donna Summer), Tragedy (Bee Gees) e uma nova versão de Day-O (Alfie
Davis & The Sylvia Young Theatre School Choir), só para citar
alguns exemplos.
Eu amei essa sequência e indico para todos os que gostaram do primeiro filme. Os fantasmas se divertem (1988) continua sendo o meu preferido, mas Os fantasmas ainda se divertem (2024) tem potencial para agradar mesmo quem nunca ouviu falar em Beetlejuice.
Entretanto,
nem tudo foi perfeito e não posso deixar de reconhecer esse aspecto.
A trama principal com a família Deetz é até bem amarradinha para o
desfecho, na minha opinião, um tanto sem graça. A complexidade vai
crescendo, empolgando e de repente um detalhe que ninguém havia
observado resolve tudo e é isso. Quanto à história que criaram
para o passado do Beetlejuice, quando ele ainda estava vivo, é muito
interessante e a noiva vingativa o perseguindo enquanto a polícia do
mundo sobrenatural tenta apanhá-la é empolgante, mas fica o tempo
todo em segundo plano. Talvez essa sensação de que viria algo mais
foi a expectativa criada pelo próprio filme ao encaixar tantas
histórias num só longa.
Título:
Beetlejuice Beetlejuice
Direção:
Tim Burton
Gênero:
Comédia, Fantasia
Classificação:
14 anos
Duração:
104 minutos
País:
EUA
Lançamento:
5 de Setembro de 2024
Trailer:
Beetlejuice Beetlejuice| Legendado (Youtube)
Estou
torcendo para o Beetlejuice não aparecer aqui, pois falei o nome
dele mais de três vezes enquanto escrevia essa resenha. 😰 Nos primórdios do Twitter (ainda com meu
primeiro @), havia um bot do personagem que se você escrevesse o
nome 3 vezes em uma postagem aparecia o perfil dele com a resposta:
“It's showtime!” Imagina o susto que eu tomei numa época
em que inteligência artificial ainda era uma tecnologia só de
filme? 😂
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