Arthur Conan Doyle não tinha ideia (nenhum escritor tem), do tamanho do personagem que ele estava criando quando escreveu Sherlock Holmes. Acredito que ele tenha percebido um pouco do sucesso que o detetive Londrino fez quando tentou finalizar sua vida e história em 1893, mas precisou trazê-lo de volta por conta da pressão que sofreu (sorte dele ainda não existir redes sociais no final do século XIX).
Se
estivesse vivo, AC Doyle completaria hoje 166 anos, e teria que
explicar onde e com quem conseguiu a pedra filosofal! 👀😅 Mas graças a Sherlock Holmes e meu Dr.
Watson, ele não precisou recorrer a alquimia para continuar de
alguma forma vivo até os dias de hoje. Espero um dia conhecer outros
trabalho de AC Doyle, mas hoje vou falar do detetive e seu amigo em
mais um mistério eletrizante (o primeiro com um toque
sobrenatural que eu li deles).
“— O mundo está cheio de coisas óbvias que ninguém em hipótese alguma observa.” Pág.48
Meu primeiro contato com o universo de Sherlock Holmes foi através da série da BBC e o primeiro episódio que eu vi foi exatamente o que dá título a esse livro. Obviamente as diferenças são evidentes entre os dois, mas ambas histórias são interessantes de acompanhar. Seja na versão mais atual ou nessa do século XIX.
Um possível cliente faz uma visita a Sherlock e Watson na rua Baker, mas acaba não encontrando os dois e de tão ansioso que está, esquece sua bengala e esta acaba se tornando o começo da dedução do detetive. Quando o Dr. James Mortimer retorna e fica feliz em recuperar o objeto, ele finalmente pede a ajuda que precisa. Não para ele, mas para elucidar a morte suspeita de Sir Charles Baskerville, cuja família tem um histórico sombrio e aparentemente preso a uma maldição.
“— Sr. Holmes, as pegadas eram de um cão gigantesco!” Pág. 38
Mais uma vez temos a história é narrada em primeira pessoa por Dr. Watson que aqui é o personagem de maior destaque, já que Sherlock o instruí a seguir com Dr. Mortimer e Sir Henry Baskerville, herdeiro da mansão e, conforme a lenda, alvo de grande perigo. Sua função é relatar por carta todas as suas impressões do lugar e enviá-las para Sherlock que, segundo o próprio, não pode se distanciar de Londres por conta de assuntos que exigem sua presença.
O clima da história é construído de uma forma a nos deixar em dúvida o tempo todo sobre a natureza do que está acontecendo. Mesmo sabendo que a lógica e a ciência prevalecem nas histórias de Sherlock Holmes, O Cão dos Baskerville nos convida a acreditar que há algo de sobrenatural por trás dos fatos. A verossimilhança trazida por AC Doyle nesse romance é uma prévia do quão realista ele consegue ser em suas histórias de terror, uma pena que não sejam tão fáceis de encontrar.
“Se a escrevo, é porque aquilo que se conhece claramente causa menos terror do que algo que apenas se insinua ou se supõe.” Pág.29
Essa
foi minha segunda leitura desse título, a primeira dessa edição
com introdução escrita por Benedict Cumberbatch, ator que deu vida
a Sherlock Holmes na série da BBC, e confesso que havia esquecido
muitos detalhes. Acredito que o motivo tenha sido minha empolgação
para ler todas as publicações disponíveis do detetive resultando
na pouca fixação dos detalhes. Por conta disso, e para ficar mais
um tempinho na companhia de meu amado John Watson,
valeu muito a pena ler de novo.
Recomendo esse livro para quem gosta de mistério, pistas pelo texto nos permitindo investigar juntos, muita ação no desfecho, com direito a tocaia e perseguição, e aquela explicação satisfatória no final só para não deixar nenhuma ponta solta. Dessa vez o recurso utilizado foi uma conversa informal entre os dois amigos algum tempo depois do final do mistério, e não aquele clássico “aconteceu o seguinte” ainda na frente das pessoas envolvidas.
Título
original: The Hound of the Baskervilles
Autor:
Sir Arthur Conan Doyle
Tradução:
Michele de Aguiar Vartuli
Páginas:
264
Editora:
Companhia Editora Nacional
Ano:
2015
Link
do livro no Skoob: O Cão dos Baskerville
“Arthur Conan Doyle foi um escritor e médico britânico. Nascido na Escócia em 22 de maio de 1859, ficou mundialmente famoso por suas sessenta histórias sobre o detetive Sherlock Holmes, que revolucionaram a literatura criminal. Versátil, seus trabalhos incluem também obras de ficção científica, novelas históricas, peças, romances, poesias e obras de não ficção. Conan Doyle teve cinco filhos e morreu em 7 de julho de 1930 em Crowborough, no sudeste da Inglaterra.” (Fonte: Harper CollinsBrasil)
Oi, Helaina! Já tive o prazer de me debruçar sobre tal obra em outra ocasião, e recordo com viva satisfação a impressão que me causou. O mais intrigante, contudo, reside no fenômeno quase místico que acomete a alma do leitor ao revisitar páginas outrora conhecidas: jamais a experiência é idêntica à primeira. É que, com o inexorável decurso dos anos, nós mesmos nos tornamos outros — e com isso, inevitavelmente, se transforma também o modo como apreendemos e sentimos a essência da narrativa. Confesso nutrir profundo apreço pelo ato de reler, sobretudo quando se trata daqueles livros que, de maneira indelével, deixaram marcas em meu espírito e reverberam ainda hoje em minha memória mais íntima. Abraço!
ResponderExcluirOi Luciano! Sim, eu também gosto muito dessa sensação nas releituras, mas confesso que às vezes tenho medo de ter mudado tanto, ao ponto da leitura não me ser mais agradável como foi um dia. Isso geralmente acontece com o que li durante minha adolescência, já os livros da minha infância costumam me agradar. Abraço!
ExcluirOi Helaina! Acabei rindo aqui com seu comentário sobre existir redes sociais na época que o autor tentou por fim no Holmes. Ele teria enlouquecido. Esta história é a minha favorita do Holmes, embora assim como as outras, eu tenha esquecido a maior parte dos detalhes. Pretendo reler todas as histórias em breve.
ResponderExcluirE eu finalmente li algo do autor fora desse universo, O gato brasileiro, e apreciei demais.
Bjos!!
Moonlight Books
@moonlightbooks
Oi Cida! Já imaginou? Coitado do Doyle! E se existisse IA então? Ele seria cancelado com certeza. Pra dizer o mínimo. Eu tenho gostado bastante dos romances, mais do que dos contos.
ExcluirQue bom que gostou! Tem alguns outros dele que eu gostaria de ler, mas nem ebook a gente encontra...
Beijos;
É verdade, creio que Arthur Conan Doyle não imaginou que sua criação seria ícone das histórias de detetives. Esse livro eu não li mas assisti o filme e gostei bastante.
ResponderExcluirE isso porque ele próprio não era muito fã do Sherlock!
ExcluirNunca assisti nenhum filme desse livro, mas tenho vontade.
Mais uma sugestão que vou levar! Muito obrigada!
ResponderExcluirBjxxx,
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Fico feliz que tenha gostado!
ExcluirBeijos;
Eu li esse livro tem um bom tempo, pela edição da Zahar (muito linda, por sinal). Essa versão com a capa da série eu ainda não tinha visto, mas fiquei curiosa em revisitar a história. Esse foi um dos que mais me assustaram, e ainda nem sei o que dizer sobre ele, hehe.
ResponderExcluirBjks!
https://mundinhodahanna.com.br/
Oi Hanna, realmente os clássicos Zahar são muito lindos. Tem vários na minha lista de desejo. Eu gostei principalmente porque vem com a introdução escrita pelos atores e criadores da série (depende do livro). Se ficar curiosa pra ler, é só pedir a amostra no site da Amazon que essa introdução vem na íntegra.
ExcluirBeijos;
Parece ser uma leitura fabulosa. Também gosto desse personagem e todo o seu ar inteligente e de mistério que possui.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
É realmente uma leitura que prende do início ao fim.
ExcluirBoa semana para você também!
Oi Helaina, tudo bem?
ResponderExcluirQue nostalgia ler sua resenha! Esse foi o segundo livro do Sherlock Holmes que eu li, ainda na época do Ensino Médio. ♥ Lembro de ter gostado mas, infelizmente, os detalhes já sumiram da minha memória. Bom pra uma releitura hahaha!
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi Priih, tudo bem sim e você?
ExcluirAcho que nas histórias dele tem muitos detalhes e acaba sendo inviável lembrar de tudo mesmo.
Beijos;
Oi!
ResponderExcluirO Cão dos Baskerville foi a primeira aventura que ouvi falar do Sherlock Holmes e achava que ia gostar bem mais do que gostei da leitura, não achei ruim, mas não me empolgou tanto quanto Um Estudo em Vermelho por exemplo.
Achava que essa edição só seguia a capa da série, que legal que tem um texto do Benedict!
Beijão
https://deiumjeito.blogspot.com/
Oi! Te entendo. Acho que o fato de grande parte do livro ser o Watson anotando o que está acontecendo para enviar ao Sherlock deixou um pouco lento para mim. Ainda não tirou o posto de queridinho do 'Signo dos Quatro' para mim.
ExcluirCada livro dessa edição tem a introdução escrita por um ator ou outro membro da série. Só comprei por conta desse diferencial, mas são livros difíceis de encontrar.
Beijos;