[Resenha] Casa do pesadelo: O Sequestro

O que tá acontecendo com o Skoob? (Outra atualização, eu sei)… nunca pensei em abandonar a plataforma, mas cheguei a pensar nisso com essa última atualização. Quando fui escrever essa resenha e descobri que pra acessar o site pela web só pelo link no e-mail, ou seja, precisava logar em duas contas pra acessar uma, fiquei realmente com raiva. Ainda bem que eles mudaram de ideia e, pelo menos isso, voltou a ser como antes. Só vou sentir falta mesmo do histórico de leitura no site, pois ajudava bastante na hora de escrever as resenhas.

Mas vamos esquecer esse estresse e torcer para que eles repensem no que estão fazendo, principalmente com o site, e focar nesse livro que teria sido uma ótima leitura se eu não tivesse recebido um spoiler GIGANTESCO ao ler a orelha do livro! Sério? Que mancada! Imaginem ler Agatha Christie e na orelha estiver escrito o nome do culpado e o motivo, sendo que a pessoa estava agindo sob disfarce! Por quê? 😭 Respira…

“E dessa vez Nora ouviu o que não ouvira antes, Ouviu na voz da menina o mesmo tom sinistro de zombaria da voz no celeiro, aquela voz sem corpo que tinha atirado nela o pequeno, mas agudo forcado do alto do palheiro.” Pág.97

Sinopse: O pai e a mãe de Nora já tinham morrido há muito tempo. Mas a jovem não se lembrava de nenhum deles. Aliás nem conseguia recordar a própria infância. Nenhum momento. Nenhum rosto. Nem a morte de pessoas tão importantes parecia fazer diferença. Restavam apenas alguns pedaços. Pedaços que iam e vinham como se fossem vagos pesadelos. De repente os dias de Nora tornaram-se mais assustadores que suas noites. Quase foi estrangulada por uma corda de pular. Em seguida levou um tombo da escada por causa do par de patins abandonado no meio do caminho. Não demorou muito para ter certeza de que aqueles ataques estavam diretamente ligados ao seu passado esquecido. Nora precisava lembrar ou… pagaria com a própria vida. (Leia sinopse: Skoob)

Bom, essa é minha postagem de terror para o blog esse mês. Sei que muita gente compartilha sobre o gênero e não queria ficar de fora. A ideia inicial era uma resenha do filme Invocação do Mal 4, mas preciso admitir… 😳 que fiquei assustada demais pra falar sobre o filme. Não é que seja a coisa mais aterrorizante que já vi na vida, mas acredito que eu já tinha me esquecido a contribuição que o espaço ‘cinema’ tem sobre o filme. Duas horas em um lugar frio e escuro é capaz de manipular bastante as emoções da gente. Agora já estou recuperada da experiência assustadora e, depois de tanto tempo, (assisti no dia 05/09), preciso rever para falar sobre o filme.

Mas voltemos ao livro. Uma premissa interessante dessa, com certeza, chamaria minha atenção. Quando a vida de quem investiga está ameaçada parece que há ainda mais pressão para resolver o mistério e aqui tem esse tempero. O livro é curto e já começa com ação que vai até o fim, afinal, a protagonista é uma universitária que está morando na Casa do Rouxinol, um pavilhão da Universidade de Salem com um histórico bem sombrio.

“Não é apenas por parecer arrepiante. Algumas coisas bastante pavorosas aconteceram lá, inclusive, corre um boato, duas mortes.” Pág.08

Acompanhamos a narrativa sob o ponto de vista de duas pessoas, Nora, estudante universitária que trabalha em uma creche e está sendo acusada de ter sequestrado Mandy, uma menina de três anos de quem ela mais gosta de cuidar, e a pessoa que sequestrou a criança. Essa divisão é bem marcada em capítulos separados e a agonia é “saber” onde a menina está, antes de todo mundo na história, e o medo de que a essa pessoa a machuque. No cativeiro, a pessoa conta para Mandy a história de sua própria infância, tomada por um trauma, e a gente não sabe se sua intenção é devolver a criança ou se vingar pelo que aconteceu. Ao mesmo tempo que sentimos empatia por conta do que aconteceu, somos levados a ficar com raiva de uma pessoa adulta querendo culpar uma criança pelo que aconteceu com ela.

Sem a informação extra da orelha (sim, isso me frustrou muito e estragou bastante a leitura), não há pistas suficientes se essa pessoa é homem ou mulher, se é alguém que faz parte da história ou um personagem que ainda não foi apresentado, e isso deixa a trama bem intrigante. Deixa aquela sensação de que pode ser literalmente qualquer um. Até alguém que haja sem a consciência do que está fazendo. A única dica vem de Nora sobre Mandy não ir com alguém desconhecido, que foi o caso já que não houve violência no rapto.

“Tantas coisas haviam acontecido e Nora não deixou que a fizessem em pedaços ainda, ou deixou? A não ser uma vez. Então isso não queria dizer que era forte? Não frágil, como sua mãe? Ela queria acreditar nisso. Precisava acreditar.” Pág. 27

A vida de Nora também não foi um mar de rosas e com a revelação no final percebemos quanto sua família e profissionais da área de saúde que cuidaram dela até a vida adulta foram negligentes (o fato em questão pode ser escondido de uma criança, mas uma mulher adulta precisa saber o que aconteceu até para manter sua sanidade). Fingir que algo como o que foi relatado no livro nunca aconteceu, sendo que Nora poderia encontrar a notícia num jornal antigo, é até perigoso. Talvez essa situação e a maneira precária com que foi lidada explique a síndrome de super-heroína da protagonista que mesmo sendo vítima de ameaças e acusada do crime sem ter cometido, acha que precisa dispensar a polícia e resolver tudo sozinha.

O final foi bastante previsível e a culpa foi de quem editou o que iria na orelha no livro. Fica a dica: não leiam a orelha do livro! No mais é uma história bem dramática e instigante. Descobri recentemente que esse livro é parte de uma coleção chamada Casa do Pesadelo com 29 volumes, dos quais 16 foram publicados no Brasil pela Editora Rocco. É aquele tipo de coleção infantojuvenil com livros independentes e um ponto em comum em todas as histórias, no caso aqui, a Casa do Rouxinol.

Título: Nightmare Hall: Kidnapped
Autora: Diane Hoh
Tradução: Aulyde Soares Rodrigues
Páginas: 167
Editora: Rocco
Ano: 2003
Link do livro no Skoob: Casa do Pesadelo (O Sequestro)

Bom, se estiverem procurando um suspense para ler, recomendo esse livro. É uma história intensa, rápida e interessante. Só no esqueçam meu conselho: Não leiam a orelha do livro! (A não ser que você queira saber o final sem ler. Fica por sua conta!)