dezembro 11, 2025

[Resenha] Os sem resenha 2025

E chegou a hora dessa coluna que foi uma das melhores ideias que tive sobre o que fazer em relação as minhas leituras. Nem tudo me inspira a escrever uma resenha, ou às vezes eu estou sem tempo de elaborar um bom texto. Poder publicar apenas um comentário sobre o livro me ajuda a preservar na memória o que li e me livra da sensação de aquela culpa por ter lido e esquecido completamente da história.

Se quiserem uma resenha um pouco mais completa, visitem meu perfil no Skoob (helainaideas).

A Menina mais fria de Coldtown (Holly Black): A sinopse me fez pensar em um tipo de história bem diferente do que eu encontrei. Não foi uma leitura ruim, mas tenho dificuldade para gostar de histórias com adolescentes tomando as piores decisões possíveis (normal) com adultos ignorando todas as suas responsabilidades. A trama parte da premissa que vampiros existem e ficam trancados em locais chamados Coldtowns. A “doença” pode ser transmitida para humanos, mas se a pessoa mordida sobreviver e não beber sangue humano, a transformação não se completa e dentro de um prazo indefinido (algo em torno de 3 meses) é considerada curada. A ideia é bem interessante e me deixou com vontade de ler, mas acompanhar adolescentes melancólicos que dizem ter uma vida péssima (quase nada é mostrado sobre o passado desses adolescentes para justificar) e acham que a solução está em uma cidade que romantiza os vampiros e seu comportamento assassino, testou minha paciência.

A Noite das Bruxas (Agatha Christie): Conheci esse livro pelo filme que aqui no Brasil recebeu o mesmo título, mas não precisa ser nenhum Poirot para perceber que se trata apenas de uma inspiração. Alguns elementos da trama estão presentes na versão cinematográfica: A Haunting in Venice (2023), mas nada além disso. A sinopse desperta interesse como qualquer mistério da Agatha, mas como o detetive chega depois que o crime está consumado e a cena já foi limpa, Poirot não tem muito o que fazer a não ser conversar com as pessoas envolvidas, seja na organização ou convidados, da festa de Halloween onde a adolescente foi morta. A quantidade monólogos expositivos e alguns devaneios do detetive acabaram me cansando e acabei não sendo fisgada pela narrativa. Nem a expectativa de ver Poirot expondo os culpados, já que eu não me lembrava mais do desfecho do filme, me empolgou.

Casas Estranhas (Uketsu): A maior parte do livro são conversas entre o autor, assim nomeado, e os envolvidos na história. Cada um com seu nome para marcar os diálogos. Análise das plantas das casas, teorias sobre crimes cometidos nelas e mais conversa. A ação está principalmente no passado que o autor vai descobrindo e narrando sem em momento algum se identificar. Minha primeira dificuldade com o livro, não vou negar, foi essa marcação de diálogo com o nome de quem fala em vez de travessão ou aspas. Dessa forma pouco ou nada é descrito sobre o estado emocional dos personagens e deixando mais difícil criar uma conexão com eles. Gostei da trama e valeu à pena a leitura, mas não senti vontade de ler o segundo livro, pelo menos por enquanto.

Circo Mirandus (Cassie Beasley): A trama é simples: crianças que acreditam em magia e recorrem a ela em momentos difíceis, mas apesar de simples é uma história muito emocionante, sensível e delicada. Micah mora com o avô Ephraim que infelizmente está muito doente e recorre a magia do Circo Mirandus, do qual o avô sempre falou, para ter acesso a um milagre que o Homem Que Dobra a Luz prometeu para ele na infância. Nessa missão ele conta com a ajuda de sua nova amiga, Jenny, e precisa ficar longe da tia Gertrudis, sua futura tutora logo que seu avô se for. Os pais de Micah faleceram há muito tempo e ele pouco se lembra deles. Gostei da abordagem realista do livro, mesmo com toda a magia presente, e acredito que o final possa ser interpretado de duas maneiras diferentes, vai depender se quem lê acredita ou não em magia.

Harry Potter e o Enigma do Príncipe (JK Rowling): Cada releitura tem sido uma oportunidade para ver o que deixei passar despercebido na primeira leitura pela minha empolgação e pouca idade. A história desse livro é muito interessante e como já sabemos, a aventura de Harry está ficando cada vez mais sombria, mas o que eu não esperava é o tanto de drama adolescente contido nesse livro. Acredito que isso não tenha chamado tanto minha atenção quando eu ainda era jovem adulta, mas agora, depois dos 40, eu fiquei torcendo para qualquer aventura fora de Hogwarts, porque dentro da escola o amor estava no ar, assim como as briguinhas de casais. Sobre os eventos relacionados ao retorno de Voldemort, as viagens de Harry e Dumbledore dentro da Penseira para conhecer o passado do bruxo das trevas foi para mim a melhor parte. Mantenho minha opinião de que Snape (assim como vários outros bruxos e bruxas) precisa de terapia. A briga dele não era só com Harry e um adulto se comportar de maneira tão cruel com crianças e adolescentes é uma red flag gigantesca.

Harry Potter e as Relíquias da Morte (JK Rowling): Não lembro quando decidi começar a releitura da série Harry Potter, mas a motivação não esqueci. Fui muito fã da série, do tipo que guardava recorte de revista numa pasta, e hoje vejo muita gente colocando em dúvida a qualidade da obra. Eu tinha 20 anos na época que conheci a série pelo filme Harry Potter e a Câmara Secreta e muitos livros na bagagem. Não era especialista em nada, mas gostei do que eu li. Agora, depois dos 40 e ainda mais livros na bagagem, minha opinião é que Harry Potter cumpre bem o papel de entretenimento infantojuvenil. Esse livro é só tragédia do início ao fim. Tudo aqui é mais perigoso e a busca de Harry pelas Horcrux para liquidar Voldemort é o tema central da história. Foi um dos livros que eu mais lembrei do filme e por isso, as cenas apareciam o tempo todo em minha mente, facilitando notar as mudanças. De todas, a que eu menos gosto é do final. Queria ter visto Harry falando com o quadro do Dumbledore e consertando a própria varinha antes de se desfazer da varinha do destino. No entanto, entendo que muita coisa precisa ficar de fora ou ser resumida. Ainda não superei (nem pretendo), o que aconteceu com Lupin e Tonks. Prova disso foi eu ter escrito uma série de fanfics apenas para salvar os dois personagens e conseguir ter em paz (O último inimigo - Wattpad). Continuo com a opinião de que no mundo mágico o que sobra de magia falta de terapia. Adultos obcecados, amargurados, frustrados, sem saber lidar com as próprias dores e descontando no outros. Não passo pano. Isso sem falar do bullying liberado em Hogwarts. No mais, gostei de visitar mais uma vez o mundo mágico e ler com uma visão mais crítica e menos empolgada, já que sabendo o final não li com a mesma ansiedade.

Lugares para jamais visitar (Organizadores: Fernanda Chazan, Mário Bentes, Rodrigo Ortiz Vinholo): Cada conto desse livro traz uma história que usa como cenário um lugar real que pode ser visitado (melhor não). No início de cada um, tem as coordenadas cartográficas que podem ser usadas no Google para visualizar os locais. Alguns, no entanto, nem precisa disso já que são famosos ou tem o nome das cidades e estados onde se localizam na própria história. Os que mais me chamaram a atenção foram 'A maldição do casarão de Afonso Sardinha', 'Bem-vindo à Fordlânadia, a cidade fantasma da Amazônia' e 'Dreamland' por abordarem a exploração urbana de uma maneira que eu gosto bastante. Todos contos são curtos e a leitura é bem fluida.

O Alienista (Machado de Assis): Acompanhamos Simão Bacamarte em sua missão de estudar a loucura e decidir quem precisa de tratamento na instituição criada por ele: A Casa Verde. Eu já conhecia a história apenas por resumos e gostei muito de ler. Não fluiu tão bem quanto eu imaginava, apesar de ter o tamanho de um conto. Acredito que as palavras não tão usadas atualmente e a própria escrita do autor tenham influenciado isso.

O amor e outras conspirações (Mallory Marlowe): Logo no início da leitura prometi para mim que não iria me estressar muito com as atitudes imaturas da protagonista, uma jovem adulta, mas falhei no meu plano. Hallie acabou de sair de um relacionamento ruim, mas vive remoendo o que aconteceu. Talvez a ideia fosse nos fazer ter empatia com a protagonista, mas depois de alguns capítulos comecei a gritar pra ver se ela ia pra terapia! Queria mais informações sobre os cripitídios citados no livro, a maioria bem famosos, mas a autora preferiu focar no relacionamento dos personagens e não foi uma decisão ruim, apenas me deixou curiosa sobre as criaturas que não foram expostas em detalhes. Gostei do desenvolvimento do romance e dos protagonistas, apesar de ter passado raiva com a Hallie, a narradora da história. Já Hayden é um amigo que eu queria ter encontrado pra vida. Recomendo para quem estiver procurando um romance sem aquela carga dramática excessiva e com hots não tão descritivos. Gostei da maneira como a autora apresentou as cenas focando principalmente nos sentimentos da protagonista e deixando o consentimento bem evidente por parte dela.

O homem invisível (H.G. Wells): Eu já ouvi falar bastante sobre invisibilidade, principalmente em filmes e séries, mas acredito que HG Wells tenha sido pioneiro nesse tipo de trama. Apesar de ter sido publicado há muito tempo, a leitura é fácil e até rápida. Se não terminei antes foi por conta da raiva que senti pela arrogância do protagonista. Não lembro de ter torcido por ele em nenhuma parte do livro. Recomendo a leitura para quem procura uma história curta e interessante com muita correria para conseguir viver sem ser visto.

Os elefantes não esquecem (Agatha Christie): Ariadne Oliver, escritora e amiga do detetive Hercule Poirot, é abordada por uma mulher que quer saber detalhes sobre a morte de um casal, mais precisamente um arranjo de assassinato e suicídio. O interesse dela é saber quem atirou em quem, pios a polícia não conseguiu determinar isso durante a investigação oficial. A trama, no entanto, se revela bem mais complexa e eu adorei acompanhar, principalmente por ter descoberto o que aconteceu antes da revelação final do detetive. Só não descobri a motivação. Minha única ressalva com a leitura é o fato do crime ser do passado, pois gosto mais de ver a cena do crime ser analisada e os fatos aparecerem através de evidências. Aqui, tudo se revela por meio de entrevistas, mas isso estava explícito na sinopse, então não criei falsas expectativas e não me decepcionei.

Uma casa no fundo de um lago (Josh Malerman): Minha impressão com esse livro é de uma ideia muito boa que não foi totalmente desenvolvida. Esperei várias coisas acontecerem, e terminei a leitura ainda na expectativa. Infelizmente não me agradou. Os capítulos são curtos, a narrativa flui bem, da metade ao final tem menos diálogos do que no início e há uma cena hot. Nada exagerado, mas não esperava por isso também. Minha impressão é que há mais coisas figuradas do que literais nessa história, mas não posso afirmar isso com certeza.

E então, gostaram? Já leram algum dos livros dessa lista?
Conseguiram ler todos os livros que queria esse ano ou já estão deixando para o ano que vem?

Para ler outras edições dessa coluna, acesse: Os sem resenha

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