julho 10, 2025

[Resenha] As Memórias de Sherlock Holmes

Seguindo a sequência dos livros de Sherlock Holmes que eu tenho com a capa trazendo os atores que interpretaram o grande detetive e seu amigo, doutor Watson, na série da BBC, dessa vez reli os contos que terminam na fatídica morte do detetive. Não é exatamente um spoiler dizer isso já que o próprio narrador comunica o fato logo no início do texto e a fofoca literária sobre Doyle ter tentando “se livrar” de seu personagem de maior sucesso e sido obrigado a trazê-lo de volta pela pressão dos fãs, é bastante divulgada.

Holmes dispensou o elogio com um gesto, embora seu sorriso indicasse que ele havia gostado.” Pág.175

Sinopse: Esta edição da clássica coletânea de histórias de Sherlock Holmes, com introdução escrita pelo roteirista da série, Steve Thompson, permite que os fãs conheçam toda a força e o fascínio das aventuras originais. Nesta coletânea de onze contos de Sherlock Holmes, o detetive cuida de casos que vão de um cavalo de corridas desaparecido a tratados navais roubados; mas nada pode prepará-lo para o desafio de “O Problema Final”, em que o Dr. Watson pega sua caneta “com o coração pesado” para contar a história do mais dramático encontro de Holmes com seu arqui-inimigo, o gênio do crime Professor Moriarty. (Fonte: Skoob)

Confesso que prefiro os romances aos contos no caso de Sherlock Holmes. Acredito que o maior tempo que passamos com uma só história permite acompanhar melhor o raciocínio do detetive e a imersão no cenário acaba sendo maior para mim. Obviamente, por se tratar sempre dos mesmos personagens principais, a sensação de conexão entre uma história e outra está presente, mas a conclusão de cada uma traz certa pausa na narrativa. É como se eu fosse embora da Rua Baker em cada final.

O lado bom de serem contos, fica com a variedade de temas e a chance de tentar desvendar o caso antes do detetive, algo que geralmente eu falho. No entanto, esse livro traz uma história em especial a qual nunca me esquecerei exatamente por ter acertado quando Sherlock simplesmente falhou. Acredito que a falta de sensibilidade dele pelo fator humano envolvido, algo impossível de ser medido pela lógica, me fez compreender antes de Sherlock o que estava acontecendo observando as informações reveladas (ou omitidas), para chegar a solução. Para ele isso só foi possível quando o fato foi exposto e explicado pela própria pessoa que era alvo da investigação.

Para alguém de raciocínio lógico, todas as coisas devem ser exatamente o que são, e subestimar a si próprio está tão longe da verdade quanto exagerar os próprios poderes.” Pág.236

Os títulos dos contos me são familiares, mas confesso que muitas das conclusões eu já não me lembrava mais. Isso por um lado foi bom, pois eu queria ler para descobrir outra vez o que acontecia, mas não deixa de ser um pouco desconfortável, já que não tem tanto tempo que li pela primeira vez. Talvez seja o excesso de informação em cada caso que faz ficar difícil memorizar todos. Acredito que mais uns 10 anos de releituras e chegarei perto de conseguir esse feito.

Nesse livro temos histórias narradas por Watson, como é de costume, e algumas pelo próprio Sherlock. É nítido o floreio que médico acrescenta em sua narrativa e a forma mais objetiva que o detetive usa para contar uma história. Parabéns para o Doyle por ter essa habilidade fazendo com que cada personagem tenha vida e interpretação própria dos acontecimentos. Talvez seja por isso que muitas pessoas ainda se surpreendam ao descobrir que Sherlock nunca existiu na vida real. Pelo que eu sei, uma pessoa real inspirou o personagem, mas nada além disso.

É da maior importância, para a arte da detecção, ser capaz de reconhecer, entre vários fatos, quais são incidentais e quais são importantes.” Pág.195

A leitura fluiu de maneira diferente em cada conto. Aqueles narrados por Watson são os que eu gosto mais (cê jura? 🤡), mas Sherlock também é um bom contador de histórias. Pra mim falta no detetive transportar a dramaticidade que ele tem na hora de agir para o momento de narrar os fatos. Nesse quesito seu amigo se sai muito melhor. Para mim o John é mais habilidoso com as palavras e talvez seja isso que me atraia tanto nele.

Foi muita maldade apresentá-lo assim ao senhor, mas Watson confirmará que jamais resisto a um toque dramático.” Pág.336

Recomendo esse livro para quem quer conhecer a história do detetive, mas não está com vontade de ler um romance. Em As memórias de Sherlock Holmes, temos 11 contos que podem ser lidos em qualquer ordem e mesmo sem conhecimento prévio do que a dupla passou até o momento. Basta saber que Sherlock Holmes é um detetive famoso em Londres e John Watson divide seu tempo atendendo seus pacientes e acompanhando o amigo nas mais variadas investigações. Inclusive, nesse livro, o detetive relata casos que ele investigou antes mesmo de conhecer Watson.

Ao mesmo tempo, é estupidez, e não coragem, recusar-se a reconhecer o perigo quando ele está próximo.” Pág.347

Título original: The memoirs of Sherlock Holmes
Autor: Sir Arthur Conan Doyle
Tradução: Michele de Aguiar Vartuli
Páginas: 373
Editora: Companhia Editora Nacional
Ano: 2014
Link do livro no Skoob: As Memórias de Sherlock Holmes

Algum fã de Sherlock Holmes por aqui? E do Dr. Watson 💘? Acredito que consegui reunir uma quantidade grande de postagens a respeito deles aqui no blog. A maioria é sobre os livros, mas também tem material com os atores que interpretam a dupla no seriado da BBC. Se quiserem passar mais um tempinho em boa companhia, acessem:

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